O presente trabalho estabelece uma reflexão sobre a precarização do trabalho docente no ensino superior na realidade brasileira e sua relação com algumas evidências citadas por Bosi (2007). Constitui-se de um levantamento bibliográfico desta realidade diante das mudanças ocorridas no cenário mundial nos anos (2020- 2021), devido à crise sanitária desencadeada pela COVID-19. Como resultado, verificamos que o trabalho docente, assim como de outros profissionais, foi muito impactado neste período e que a precarização do trabalho destes profissionais no ensino superior apresenta uma configuração histórica sendo estabelecida num cenário de privatização dos meios de produção do seu trabalho e num ambiente marcado pela extrema competitividade e produtividade que colaboram para um contexto de adoecimento e o fortalecimento da Educação à Distância e do Ensino Remoto. O respectivo cenário é caracterizado por desafios, incertezas e adoecimento de profissionais, entre eles, os docentes, revelando a desvalorização e despersonalização da identidade docente e onde ratifica-se o produtivismo acadêmico e a uberização e alienação do trabalho, diante de condições de vulnerabilidade que refletem em adoecimento dos profissionais que ficam lançados à própria sorte, impactando em outras consequências que poderão ser analisadas em curto, médio e longo prazo. Concluímos que a pandemia não é a responsável direta por todas essas questões, mas ela evidencia um terreno fértil para a financeirização da educação superior, ampliando a precarização, superexploração, a pauperização da formação com um viés utilitarista da mesma, atingindo de forma diferente os países de periferia e de centro do capitalismo.