A formação de médicos negros nas escolas médicas brasileiras
Essa pesquisa procura realizar um
levantamento sobre o número de médicos
negros formados pelas faculdades de medicina,
do final do século XIX até metade do século
XX, o que acaba por abordar duas questões
muito debatidas na historiografia brasileira: a
formação médica e a questão racial no Brasil.
Em pesquisa preliminar, foi realizado um
levantamento do número de negros formados
pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
a partir de álbuns de formatura. Tal pesquisa
mostrou um resultado inesperado. Álbuns da
década de 20 do século passado registram um
número significativamente maior de negros que
álbuns da década de 70. A busca das pastas
de alunos correspondentes também mostra
aspectos interessantes, como casos em que os
registros iniciais indicam que o aluno é pardo e
no final do curso o mesmo aluno é registrado
como branco. Aparentemente a primeira metade
do século XX tem um registro maior de negros
no curso médico do que nos anos pós-Segunda
Guerra. Esta pesquisa também se dedicará a
observar o problema da formação médica e o
pensamento médico sobre a inferioridade dos
negros, procurando ainda preencher uma lacuna
historiográfica sobre a vida de médicos negros
formados nas faculdades de medicina da Bahia
e do Rio de Janeiro no século XIX, tais como
Juliano Moreira, célebre psiquiatra formado na
Bahia, José Maurício Nunes Garcia e Francisco
de Menezes Dias da Cruz, formados no Rio de
Janeiro.
A formação de médicos negros nas escolas médicas brasileiras
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DOI: 10.22533/at.ed.8211925045
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Palavras-chave: Educação; Ensino; Medicina; Negros.
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Keywords: Education; Teaching; Medicine; Black
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Abstract:
This research seeks to survey
the number of black doctors graduated from
medical schools from the late nineteenth century
to the mid-twentieth century, which ends up
addressing two issues that are much debated
in Brazilian historiography: medical training and
the racial question in Brazil. Brazil. In preliminary
research, a survey was made of the number of
blacks graduated from the Medical School of
Rio de Janeiro from graduation albums. Such
research showed an unexpected result. Albums
from the 1920s recorded a significantly higher
number of blacks than albums from the 1970s.
The search for matching student folders also
shows interesting aspects, such as cases where
initial records indicate that the student is brown
and at the end of the course the same student
is registered as white. Apparently the first half
of the twentieth century has a larger record of
blacks in the medical course than in the postSecond World War. This research will also focus
on the problem of medical education and medical thinking about the inferiority of blacks,
while also seeking to fill a historiographical gap on the life of black physicians trained in
the medical faculties of Bahia and Rio de Janeiro in the 19th century, such as Juliano
Moreira, a well-known psychiatrist trained in Bahia, José Maurício Nunes Garcia and
Francisco de Menezes Dias da Cruz, graduated in Rio de Janeiro.
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Número de páginas: 15
- Helber Renato Feydit de Medeiros