Manequim de Alta Fidelidade: Uma Avaliação da Simulação de Convulsão e de SBV Pediátrico
O objetivo do presente trabalho foi avaliar os recursos e a fidelidade do manequim SimBaby para simulação de convulsão e de suporte básico de vida pediátrico. A ampliação do treinamento em reanimação cardiopulmonar elevou a sobrevida em até 74% em adultos depois de uma parada cardíaca, mas isto não foi estendido à população pediátrica. O ensino baseado em simulação para treinamento destes profissionais recorre frequentemente aos manequins de alta fidelidade para demonstração e prática de habilidades para reanimação cardiopulmonar. Entretanto, se o paciente simulado não for suficientemente realístico, a aprendizagem pode ser comprometida. A avaliação do realismo de manequins é escassa na literatura. Para a avaliação do SimBaby uma equipe de engenheiros, médicos e enfermeiros foi dividida em dois grupos: o primeiro de controle da simulação e o segundo de assistência ao paciente simulado (socorristas). A equipe de socorristas não foi informada sobre quais situações clínicas seriam simuladas. A avaliação foi executada em duas etapas: na primeira, o manequim foi configurado para simular características de uma criança de 6 meses, em estado febril, seguida de um episódio de convulsão. Na sequência configurou-se uma bradicardia com perfusão inadequada a qual evolui para uma parada respiratória e depois para uma parada cardiorrespiratória.
Na segunda etapa os socorristas executaram os procedimentos de compressão torácicas e ventilação artificial (RCP) de maneira incorreta. No Simbaby, a convulsão se resume aos movimentos do tronco e discreto movimento da cabeça. As características da respiração do lactente são evidentes, e a frequência e profundidade dos movimentos respiratórios podem ser programadas. Entretanto, não é oferecida a opção para respiração ofegante. É possível configurar o pulso nos modos fino e cheio e a frequência desejada. Porém, o manequim possui pulso braquial palpável apenas no braço esquerdo. A simulação de cianose consiste em iluminação intensa dos lábios. O local adequado para a realização das compressões foi facilmente identificado. Entretanto, a profundidade adequada não foi atingida em função de limitação do manequim. E ainda é possível verificar recuo do tórax cheio entre as compressões e o manequim exibe distensão gástrica devido a hiperventilação. Entretanto, o simulador não distingue manobras corretas ou incorretas de compressão torácica e ventilação artificial. A fidelidade do SimBaby na representação das situações clínicas avaliadas, como a convulsão e alguns sinais da PCR, carece de aprimoramento. A simulação do suporte básico de vida pediátrico é composta principalmente da etapa de reconhecimento de uma PCR e da execução da reanimação cardiopulmonar. Como a simulação dessas etapas deixam a desejar em alguns aspectos, seja na fidelidade de representação de situações clínicas, na possibilidade de execução de técnicas corretas ou na verificação da qualidade dos procedimentos, o treinamento em SBV pediátrico pode ser prejudicado.
As principais contribuições apresentadas nesta dissertação são: a criação de um protocolo para avaliação de manequins pediátricos de alta fidelidade para simulação de convulsão e SBV; e a indicação dos recursos e funcionalidades do SimBaby que podem ser aprimorados ou acrescentados pelo fabricante para melhorar a qualidade do treinamento com o manequim.
Manequim de Alta Fidelidade: Uma Avaliação da Simulação de Convulsão e de SBV Pediátrico
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DOI: 10.22533/at.ed.076192211
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ISBN: 978-85-7247-807-6
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Palavras-chave: 1. Convulsões – Prevenção e controle. 2. Exercício de simulação. 3. Treinamento por simulação – Tendências.
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Ano: 2019