Publicado em 20 de março de 2025.

Este estudo investiga a influência do capital cultural dos alunos do ensino médio em suas habilidades de leitura, reconhecendo a importância desse conceito no contexto educacional contemporâneo. A leitura é fundamental para o desenvolvimento educacional, cultural e social dos indivíduos, sendo essencial no ensino médio não apenas para o sucesso acadêmico, mas também para o crescimento pessoal e participação cívica dos estudantes. 
O conceito de capital cultural, desenvolvido por Pierre Bourdieu, refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e comportamentos adquiridos ao longo da vida, por meio de experiências educacionais formais e informais, família, comunidade e outras instituições sociais.
 Ele não se limita ao conhecimento acadêmico, mas inclui competências práticas e sociais, representando um recurso valioso para o sucesso e a integração social. No entanto, o capital cultural não é distribuído igualmente na sociedade, sendo influenciado pela posição social e origem socioeconômica dos indivíduos. Pessoas de classes sociais mais privilegiadas tendem a ter maior acesso a recursos culturais, como livros, museus e educação de qualidade, conferindo-lhes uma vantagem em termos de capital cultural. Isso perpetua as desigualdades sociais e educacionais, tornando-se um mecanismo de reprodução social. A pesquisa se propôs a entender como essas desigualdades se manifestam nas habilidades de leitura dos alunos do ensino médio.
 Por meio de uma revisão ampla e sistemática da literatura sobre leitura, capital cultural e ensino médio, identificamos as principais características do capital cultural dos estudantes, como origem socioeconômica, contexto familiar e acesso à cultura. A análise das práticas de leitura dos alunos revelou que aqueles com maior capital cultural tendem a apresentar habilidades de leitura mais desenvolvidas. Isso reforça a importância de promover o acesso equitativo ao capital cultural como forma de reduzir as disparidades educacionais e promover a justiça social.
  Para avaliar de forma mais precisa as habilidades de leitura dos alunos, desenvolvemos um questionário específico, considerando o impacto do capital cultural nesse processo. Os resultados obtidos fornecem subsídios importantes para o planejamento de intervenções pedagógicas mais eficazes e políticas educacionais mais inclusivas. 
Destarte, infere-se que a promoção da leitura no ensino médio deve ser acompanhada por medidas que visem democratizar o acesso ao capital cultural. Isso implica em reconhecer e valorizar a diversidade de experiências culturais e educacionais dos alunos, garantindo que todos tenham oportunidades iguais de desenvolver plenamente suas habilidades de leitura e participar ativamente da sociedade. 
Em última análise, este estudo contribui para uma compreensão mais abrangente e contextualizada da relação entre capital cultural e habilidades de leitura no ensino médio. 
Em epítome, ao reconhecer a importância do capital cultural nesse processo, podemos trabalhar para construir um ambiente educacional mais justo, inclusivo e democrático, onde todos os alunos tenham a chance de alcançar seu pleno potencial.

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos