Lágrimas da pandemia
Publicado em 07 de agosto de 2023.
Da passagem de Jesus na Terra, por várias vezes, Ele
anunciava que “o meu reino não é deste mundo”. Então, há um
reino para além da matéria corpórea. Dizemos para além da
vida corpórea porque o universo, seja ele físico ou espiritual, é
composto por matéria. Logo, não poderíamos dizer para além da
vida material, haja vista que o mundo espiritual engloba tudo. Ou
seja, é um espaço constituído por vários tipos de matéria, em uma
escala que vai desde a matéria mais bruta, como os minerais, até
as mais sutis, como a quinta essência, já comprovada pela ciência
oficial e explicada em o Livro dos Espíritos e A Gêneses de Allan
Kardec, e a primeira essência, ou matéria pura e sutil, uma vez
que toda matéria interage e evolui com o tempo e espaço.
Sendo esse reino preconizado pelo Cristo, compreendemos
que é o lugar onde todos devem ir depois que encerra um ciclo
de vida sobre a carne, sobre o corpo físico. Esse lugar ele existe
e sobrevive a tudo, é o espaço onde os espíritos se encontram.
Logo, vivemos e viveremos para além desta vida, para muitas
outras oportunidades além.
Conhecedor de toda as coisas e toda a verdade, O Cristo
não derrogou nenhuma Lei. O seu magnetismo era capaz de
transmutar toda e qualquer forma de energia e/ou matéria, como
nas Bodas de Caná, quando transformou água em vinho; na cura
do paralítico deitado em sua maca ou no tanque de Betesda; na
cura de leprosos e da mulher hemorrágica; ou na cura dos cegos
(veja as escrituras sagrada). Fosse de perto ou de longe, Jesus
curava.
A mensagem abaixo traz a reflexão sobre doenças, doentes
e curas, tendo como médico o Mestre Jesus:
“Jesus, quando via os doentes, não enxergava os doentes
do corpo, mas os doentes do Espírito. Todas as doenças têm uma
origem espiritual. Curando as Almas, curamos todas as doenças
do corpo. Jesus, o médico dos médicos, sabia e sabe disso.
Atuando de forma luminosa e iluminando o Espírito, este alcança
a cura para a vida eterna.
Nem todas as doenças do corpo foram curadas por Jesus,
mas todas as doenças da alma serão curadas por Ele. Seremos
todos curados pelo amor do Cristo que nos dá o remédio e o
consolo do ensinamento das Leis de Deus, simplesmente ame!
As doenças do corpo são muitas vezes a cura da alma. Uma
vez curada a alma, poderemos ver que o amor é o melhor remédio
para as doenças do Espírito, que advêm de nossas mazelas
morais. Olhemos para as nossas mazelas para ver o quão somos
doentes. Reconhecendo-nos doentes, veremos que precisamos
de remédio, e o médico que prescreve o remédio ideal é Jesus,
e o remédio divino está prescrito nas lições fulgurantes do seu
evangelho.
Vivamos o Evangelho para viver uma vida espiritual saudável
para a glória de Deus. Jesus está sempre conosco, nos ensinando
a viver a vida para Deus, e, vivendo para Deus, seremos felizes
sem as doenças da alma.
Viver com Jesus é viver de forma iluminada e iluminativa.
Viver com Jesus é nos transformar em filhos de Deus conscientes,
servidores e semeadores do bem e do amor, porque o amor é o
caminho, o amor é o alimento, o amor é o remédio, o amor é a luz
de Deus que nos enche o olhar de beleza e paz para a eternidade”.
Durante a pandemia da Lepra, em que o Cristo se encontrava
na experiência corpórea sob a missão de trazer ao mundo o
caminho, a verdade e a vida que conduzem a Deus, na trajetória
iluminativa de “amai-vos uns ao outros”, Ele não pôde curar todos
os leprosos, e, por mais que nos tempos de hoje clamemos pela
cura da Covid-19 mediante os sequelados, Ele também não
poderá curar todos. Não que Ele não queira, mas porque, assim
como antes, hoje também muitos não querem. Deixamos para
depois a depuração do espírito em aniquilar o orgulho, a vaidade,
o apego e despotismo, o não amar. Mantemos a alma doente,
refletindo no corpo fisico o descuido de si mesmo.
E, nessa trajetória evolutiva, muitas lágrimas são derramadas
porque ainda não embainhamos a nossa espada e continuamos
com ferro a ferir e com ferro a sermos feridos. Até quando será
necessário que as pandemias venham arrebatar pela dor, para
enxergamos em lágrimas a necessidade de transformação moral?
Este livro, Lágrimas da Pandemia, traz a reflexão de que, de
tempos em tempos, vivemos uma transitoriedade dolorosa para
sentirmos que o amor vence e precisa romper as barreiras das
moléstias da alma que vive o Cristo na sua superficialidade.
Precisamos mergulhar no oceano mais profundo de nós
mesmos e, lá, fazermos germinar a essência divina que habita
em nós e que vive asfixiada pelos sonhos deturpados de uma
vida sem luz própria, onde o Cristo já desceu para levar a luz e a
negamos.
Lágrimas da Pandemia fala do ontem, do hoje e alerta para
o amanhã. Não há lágrimas que não possam ser enxugadas, não
há dores que não possam ter remédios, não há doenças que não
tenham cura, se a cura não estiver em nós mesmos.
Quando Lágrimas da Pandemia nos convida ao mergulho no
oceano de nós mesmos, leva-nos a ver, com a luz da consciência,
que não há escuridão e que não há dimensão onde o amor
não chegue. Diremos a todos e todas que viveram as dores,
as lágrimas da pandemia da Covid-19, que tiveram seus seres
amados arrebatados para a vida em outro reino, preconizado
há mais de 2000 mil anos: “o meu reino não é deste mundo”.
Continuem a amá-los, porque eles vivem! E não vivam como
mortos na carne, porque essa perda da vontade de viver é a pior
das mortes, afetando consideravelmente a alma.
O Cristo não está lá, ele está aqui ao nosso lado, secando as
nossas lágrimas. Precisamos sair da superficialidade do amor para
vivermos o amor do Cristo na sua profundidade. A transitoriedade
está em nós e, por estar em nós, ela reflete no mundo em que
vivemos. Quando nos transformarmos em seres melhores e a dor
do outro também for a nossa dor, e as lágrimas do outros também
forem as nossas lágrimas, e, ao enxugar as lágrimas do próximo,
enxugarmos as nossas lágrimas, passaremos a ter mãos que
afagam, acalmam e acalentam, mãos que seguram e alimentam.
Mãos que fazem levantar para caminhar, e jamais teremos mãos
que machucam e dilaceram as almas.
Avante no tempo e no espaço, pois o Mestre da Galileia
nos aguarda com os braços abertos em seu Reino. Com votos de
muita sinceridade, desejo que todos – sobre a matéria e fora dela
- sejam acolhidos por Jesus, e que tenham suas lágrimas e dores
transformadas em alegrias e fé, transmutando a alma de hoje em
seres iluminativos do amanhã, e refletindo, por meio de palavras,
atos e ações, a imagem do Cristo em nossa semelhança.
Simara Campos
Lágrimas da pandemia
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DOI: 10.22533/at.ed.142230708
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ISBN: 978-65-258-1614-2
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Palavras-chave: 1. Pandemia. I. Campos, Simara Santos. II. Título.
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Ano: 2023
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Número de páginas: 83