Desenvolvimento de competências e o estágio supervisionado da licenciatura em educação física
Publicado em 10 de maio de 2021.
O dicionário Webster (1981, p. 63) determina competência como: “qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força para uma determinada tarefa”. Esta acepção, bastante geral, menciona dois assuntos principais vinculados à competência: conhecimento e tarefa a ser desempenhada.
A competência profissional está conectada à formação superior e aos processos de ensinoaprendizagem vivenciados durante a formação. Assim sendo, o conceito de competência necessita ser pensado como vinculado a conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, conjunto de capacidades humanas) que justificam uma alta performance, acreditando-se que os melhores desempenhos estão baseados não apenas no acesso ao conhecimento, mas também na inteligência e personalidade das pessoas.
Diante disto, o exercício profissional não pode mais ser compreendido como apenas um conjunto de tarefas adjuntas descritivamente a um cargo ou função, mas se torna a ampliação direta da competência que o indivíduo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais mutável e complexa. Neste sentido, a formação do profissional de licenciado em Educação Física (EF) demanda que sejam efetivados conhecimentos amplos com habilidades específicas e atitudes potenciais que habilitem atuar em diversas situações no contexto escolar.
A autora nos apresenta as fragilidades da educação superior de instrumentos formais para avaliação de competências durante a execução de estágios supervisionados.
Há que se destacar que o estágio na formação de professores representa um período de elevada importância e de transformação para os futuros professores, na medida em que, migram do desempenho de aluno para o de professor.
Compreendendo que é com o estágio que se inicia e/ou se desenvolve o processo de aquisição de diversas competências profissionais, mas, também, pessoais e sociais, e que a avaliação destas competências pressupõe a clareza da informação dos diversos fatores que se complementam para o nivel de desempenho excelente na execução de tarefas docentes, esta obra apresenta o processo de adaptação transcultural para língua portuguesa e validação de uma rubrica para acompanhamento de estagio supervisionado junto a alunos de licenciatura de Educação Física.
Há que se considerar que para avaliar competências que se espera observar nos estagiários nas diversas tarefas que os ocupam na realização do estágio é necessário um indicativo de avaliação, pautado em critérios pertinentes, apropriados e objetivos à cada tarefa da natureza profissional referente. Neste cenário, a autora apresenta as rubricas como elemento auto avaliativo, levando em consideração a potencialidade de autorregulação da aprendizagem, sendo esta vista como a principal função da avaliação formativa ou processual. Ao mesmo tempo que permite avaliar quantitativamente de modo objetivo, imparcial e confiável; permitir padronização de indicadores mínimos e ser uma ferramenta de aprendizagens ativas e colaborativas.
Uma das contribuições deste trabalho reside no fato que tempos e categorias didáticas das instituições superiores por vezes só permitem uma avaliação da performance e não das aprendizagens solidificadas a longo prazo e que é urgente o uso de estrategias avaliativas para a autoaprendizagem. Assim, para além da proposição do modelo, a autora analisa as equivalências conceitual, de itens e semântica. O estudo é extenso e compõe-se de etapas: 1) tradução do instrumento original (T1/T2); 2) construção da versão em português; 3) avaliação de equivalência de itens e semântica; 4) comparação das versões traduzidas (T3); 5) construção textual e adaptação transcultural na área de linguística; 6) construção da versão final; 7. avaliação da equivalência conceitual de itens e adequação as DCN por juízes.
A quantidade de dimensões é variável de acordo com a enredamento da tarefa ou ao quanto de detalhamento o professor (ou este em conjunto com os alunos) queira propor para fracionar a qualidade de sua execução. Assim, a rubrica proposta foi constituída por 4 blocos de competências didático-docentes (c1 - competência de planejamento do processo ensino-aprendizagem; c2 -competência no processo de ensino e na avaliação da aprendizagem; c3 - competência desenvolvimento de inovação pedagógica e reflexão sobre a prática didática-docente; c4 - competência integração, colaboração e o trabalho cooperativo na instituição de ensino) e 20 indicadores.
Boa leitura e que este modelo desenvolvido possa ser um amplificador alternativo para inovação na avaliação de modo que os futuros profissionais (professores e/ou futuros professores) atuem como protagonistas e autores de sua própria aprendizagem e de seu aprimoramento contínuo.
Maria Aridenise Macena Fontenelle
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza (1991), mestrado(1994) e doutorado (2004) em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professor Associado da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e Integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Cognição, Tecnologias e Instituições (PPGCTI)) da UFERSA. Possui formação em Pedagogia Waldorf, Vice- Coordenadora do Programa Oficinando em Rede da UFERSA onde estuda o tema saúde mental e artes.
Desenvolvimento de competências e o estágio supervisionado da licenciatura em educação física
-
DOI: 10.22533/at.ed.787211005
-
ISBN: 978-65-5983-078-7
-
Palavras-chave: 1. Formação de professores. 2. Estágio. 3. Educação. 4. Competência. I. Gadelha, Maria Aldeisa. II. Aranha, Ágata Cristina Marques. III. Macena, Raimunda Hermelinda Maia. IV. Título.
-
Ano: 2021