Contribuições das neurociências para a imunidade emocional: transformar capacidade em habilidade
Publicado em 02 de janeiro de 2024.
As competências socioemocionais são a capacidade do indivíduo de se relacionar consigo mesmo e com outras pessoas, além de estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações adversas. Elas se manifestam nos modos de pensar, de sentir e de reagir a estímulos de ordem pessoal e social.
Atualmente, as descobertas das neurociências demonstraram que as emoções passaram a ser reconhecidas como fundamentais para ensinar e aprender. Conhecer o funcionamento do cérebro humano, saber que as emoções participam positivamente do desenvolvimento humano, mas que também pode cerceá-lo é uma ferramenta
imprescindível aos que lidam com o processo de aprendizagem. Refere-se as neurociências no plural, por serem diversas áreas envolvidas no processo de pesquisa para compreensão do sistema nervoso.
Neste âmbito é relevante, identificar as contribuições das neurociências através do olhar sobre como o cérebro processa as reações emocionais frente ao estímulo. Diante dos novos contextos educacionais, coloca-se em pauta a
perspectiva do sujeito lidar com as adversidades do mundo contemporâneo.
O interesse em aproximar as neurociências para o desenvolvimento das competências socioemocionais tem sido foco de atuação da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
Nos resultados divulgados pela OCDE (2023), o Brasil alcançou 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências, No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas passaram pela avaliação.
De acordo com o levantamento, 27% dos alunos brasileiros alcançaram o nível 2 de proficiência em matemática, considerado o patamar mínimo de aprendizado, enquanto que a média dos países da OCDE na disciplina é 69%. Em relação à leitura, metade dos estudantes no Brasil obtiveram o nível 2. Em ciências, cerca de 45% dos alunos chegaram
ao nível 2, contra 76% da média da OCDE. Os estudantes com melhor desempenho somaram apenas 1%. Conforme o relatório, estima-se que 16 milhões, não atingiram o nível 2 com dificuldades em fazer cálculos com algoritmos básicos bem como interpretar textos simples.
As ações educacionais podem contribuir para uma sensação de conexão e pertencimento à instituição, o que pode ser traduzido em engajamento emocional. Portanto, a escola deve estar sensivelmente engajada na promoção de valores tais como: a justiça, o respeito e a solidariedade, propiciando espaços para a reflexão, a vivência e a construção coletiva desses valores.
Nesse sentido, o trabalho com as competências socioemocionais atende assertivamente tal intento.
As relações positivas entre alunos, professores, gestores, funcionários e famílias, caracterizadas por uma escuta ativa e uma comunicação respeitosa, promovem a motivação e o clima escolar positivo, aspectos importantes para uma educação de qualidade.
Tendo em vista as considerações elencadas acima, é recursivo o pensamento de que o cérebro humano é um magnífico reconhecedor de “sinais emocionais” (DAMÁSIO, 2004; 2011) e, sem tais habilidades, provavelmente a espécie humana já teria sido suprimida.
Contribuições das neurociências para a imunidade emocional: transformar capacidade em habilidade
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DOI: 10.22533/at.ed.399231912
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ISBN: 978-65-258-2139-9
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Palavras-chave: 1. Neurociências. I. Moura, Rosa Maria Braga Lopes de. II. Franz, Matheus Juliano. III. Gonçalves, Clarice. IV. Título.
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Ano: 2024
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Número de páginas: 247
- Clarice Gonçalves
- Daniele Souza Lopes Mendonça
- Daniella Gauterio Rodrigues das Neves
- Deise Donatti Maciel
- Elisângela Soldera
- Juliane Cardozo de Mello
- Letícia Rodrigues Benites
- Luciana Gerundo Hornes
- Luciano Soares Lima
- Magda Dornelles Gomes
- Mari Solange Rosa da Silveira
- Matheus Juliano Franz
- Miriam Vidal Folhas
- Nádia Pereira Silveira Cardozo
- ROSA MARIA BRAGA LOPES DE MOURA
- Thais Nunes Silva Rodrigues
- Vinícius Kercher da Silva