Publicado em 24 de novembro de 2021.

O Brasil é reconhecidamente um país cuja suinocultura é realizada de forma racional, ocupando lugar de destaque internacional na produção de carne suína de ótima qualidade sanitária. Isto porque a produção de suínos no País está pautada na sustentabilidade, tendo como base o bem-estar animal, a preservação ambiental e a produção de alimentos e produtos sanitariamente seguros.

A carne suína é mundialmente muito apreciada, sendo a proteína animal mais consumida. Além de macia tem um sabor bastante agradável, sendo este o motivo de sua grande aceitação. Também atende a todas as recomendações quanto ao colesterol, às gorduras saturadas e calorias, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Associação Americana do Coração (American Heart Association).

Apesar de estar presente na mesa de muitos brasileiros e ser bastante apreciada, desde que a cisticercose foi descrita pela primeira vez esta doença tem assombrado a humanidade. A manutenção do complexo teníase-cisticercose está ligada às más condições de higiene, ausência de saneamento básico, falta de água potável, ao desconhecimento da população sobre a doença, à contaminação do meio ambiente, fornecimento de água contaminada aos animais, irrigação de hortaliças com água contaminada e venda de carne com cisticercos. 

A teníase e a cisticercose são doenças que não fazem parte do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, embora o Ministério da Saúde recomende a notificação compulsória. Há, portanto, a necessidade de esclarecer a população acerca da criação do suíno, sobre a qualidade nutricional da carne e sobre essas enfermidades, além de desmistificar a ideia de o suíno é um animal sujo e que transmite a cisticercose ao homem.

Através da popularização da informação podem-se desenvolver estratégias para evitar estas zoonoses, despertando no consumidor a conscientização para a aquisição de produtos de origem animal com inspeção sanitária. Por ser de grande importância no contexto da saúde pública o complexo teníase-cisticercose deveria ser inserido nos programas dessa natureza e nos de educação em saúde, uma vez que as consequências dessa parasitose na saúde da população economicamente ativa são significativas e que envolve tratamento de alto custo.

Assim, é extremamente importante que estas informações sobre o complexo teníase-cisticercose e, consequentemente, a prevenção da neurocisticercose (forma mais severa e de alta taxa de prevalência dessa síndrome), cheguem à zona rural e urbana por meio dos Agentes Comunitários de Saúde que atuam como multiplicadores destas informações, prestando a devida orientação à população.

Aconselha-se fazer uso desta publicação com prudência não devendo esta ser a única fonte de consulta, porém mais um auxiliador para aqueles que desejam conhecer a produção de suínos e vislumbram na prática da extensão rural uma forma de promover a saúde pública.

Enfim, o objetivo desta publicação é fornecer subsídios para uma abordagem educativa na prevenção do complexo teníase-cisticercose, direcionada especialmente a produtores rurais, agentes comunitários de saúde e de endemias, a profissionais das Ciências Agrárias e público em geral.

A abordagem foi do tema feita em linguagem simples a partir da ação extensionista “Educação como meio de prevenir zoonoses” ministrada a Agentes Comunitários de Saúde de vários municípios do estado de Pernambuco.

Mônica Calixto Ribeiro de Holanda