CÓD. 978-65-258-2685-1
Telemedicina: um diálogo necessário às práticas médicas
R$ 48,00
Autores: Arthur Lopes da Silva e Andreza Regina Lopes da Silva
Este livro é impresso sob demanda, sendo produzido após a compra. Por favor, adicione ao tempo do frete o prazo de 7 dias para a manufatura.
É com grande satisfação e honra que escrevo o prefácio deste livro
essencial, Telemedicina: Um Diálogo Necessário às Práticas Médicas. Desde
já, quero agradecer à Professora Andreza Regina Lopes da Silva e ao futuro
colega de profissão, Arthur Lopes da Silva, pelo convite para abrir esta obra em
um momento tão atual e propício na História da Medicina, onde a tecnologia
avança a passos largos e a Telemedicina emerge como um pilar fundamental
na transformação da assistência à saúde, promovendo acesso, eficiência e
qualidade no atendimento médico.
A história da Telemedicina é marcada por inovações tecnológicas
relacionadas aos meios de comunicação e um crescente reconhecimento de sua
capacidade de revolucionar o setor de saúde. Desde os primeiros experimentos
com teleconsultas, utilizando o telefone, até os sistemas sofisticados de hoje, que
integram inteligência artificial, big data e dispositivos conectados, a Telemedicina
demonstrou ser uma ferramenta poderosa na promoção da saúde e no combate
às desigualdades no acesso aos serviços médicos. No entanto, assim como
a introdução de outras inovações tecnológicas na medicina e na história da
humanidade, a Telemedicina também enfrentou resistência.
Um exemplo emblemático de resistência à inovação pode ser encontrado
na história de Ignaz Philipp Semmelweis, o médico húngaro do século XIX, que
propôs a prática de lavagem das mãos para reduzir a mortalidade materna nas
maternidades. Apesar de suas evidências contundentes de que a higiene das
mãos prevenia infecções, Semmelweis enfrentou ceticismo e oposição de muitos
colegas médicos contemporâneos, atrasando a aceitação de sua descoberta e,
consequentemente, salvando menos vidas do que poderia ter sido possível na
época. Da mesma forma, a Telemedicina, com seu potencial disruptivo, encontrou
resistência e ceticismo ao longo de sua evolução. Muitos profissionais de saúde
e pacientes inicialmente relutaram em adotar essa tecnologia, preocupados com
questões de eficácia, segurança e a qualidade do atendimento remoto.
No Brasil, as primeiras experiências com a Telemedicina de forma mais
organizada e formal se deram no final da década de 90 do século passado, com
a avaliação de exames de eletrocardiograma que eram realizados em serviços
de pronto-socorro e enviados para avaliação por cardiologistas por meio de
telecópia, mais popularmente conhecida na época como FAX. Tal atividade
ajudou muito na avaliação rápida e tomada de decisão nos atendimentos de
casos de Infarto Agudo do Miocárdio e nas abordagens das arritmias cardíacas.
Ainda no final do século XX, já com tantos avanços de telecomunicação e início
do uso da Internet, a Telemedicina no Brasil não possuía regulamentação, sendo
a primeira resolução emitida pelo Conselho Federal de Medicina publicada
no ano de 2002, a Resolução nº 1.643, que considerava como base o teor da
“Declaração de Tel Aviv sobre responsabilidades e normas éticas na utilização
da Telemedicina”, adotada pela 51ª Assembleia Geral da Associação Médica
Mundial, em Tel Aviv, Israel, em outubro de 1999, porém não contemplava a
possibilidade da realização de consultas médicas de forma remota, a chamada
teleconsulta.
Felizmente, com o tempo e a crescente evidência dos benefícios
proporcionados pela Telemedicina, essa resistência foi diminuída, e com a
pandemia do Covid-19 nos anos de 2020 a Telemedicina foi impulsionada devido
à necessidade da ocasião para preservar a capacidade dos sistemas de saúde
diante da alta demanda, além de ser a estratégia ideal para evitar aglomerações
e circulação de pessoas. Estudos e experiências práticas têm demonstrado
repetidamente que a Telemedicina não só complementa a oferta de serviços
tradicionais de saúde, mas também oferece soluções inovadoras para desafios
antigos, como a acessibilidade e a continuidade do cuidado.
De forma pessoal, ao longo dos meus 20 anos de experiência como
médico, vivenciei diversas realidades, desde plantões em hospitais e trabalho no
sistema público como Médico de Família, até atendimentos no meu consultório
particular e a atuação como professor universitário. Essas experiências
moldaram a minha visão sobre a prática médica e suas demandas, vendo a
Telemedicina como uma metodologia muito útil para dar acesso à saúde para
a população de forma geral e uma oportunidade de trabalho com qualidade de
vida para os médicos. Em 2020, com a pandemia do Covid-19, a autorização da
Telemedicina no Brasil por meio da Lei nº 13.989/2020 foi um divisor de águas
na minha prática médica. Aproveitei essa oportunidade, estudei a legislação a
fundo para garantir que todas as minhas práticas estivessem em conformidade
e, assim, comecei a atender meus pacientes de forma remota por meio do uso
de ferramentas adequadas para Telemedicina.
Com o tempo, outros médicos passaram a me procurar em busca de
orientação sobre diversos aspectos da Telemedicina, desde a emissão de
receitas digitais até a escolha de softwares para teleconsulta e orientações sobre
telepropedêutica para terem mais segurança no atendimento sem exame físico
(da maneira como estamos acostumados). As perguntas eram muitas, e foi então
que percebi a importância de compartilhar meu conhecimento e experiência com
meus colegas por meio das redes sociais, o Instagram e o Canal do Youtube
“Telemedicina na Prática”, além do Curso “Formação Telemedicina na Prática”
(que já capacitou 340 médicos de todo o país) e consultoria para empresas de
serviços de saúde.
E, nesse intuito de compartilhar conhecimento, participo contribuindo por
meio do prefácio desta obra, que aborda de maneira abrangente e detalhada
as várias facetas da Telemedicina, desde os fundamentos regulatórios e
metodológicos até as evidências científicas e reflexões sobre sua implementação
no Brasil. Os autores, Arthur Lopes da Silva e Andreza Regina Lopes da Silva,
conduziram uma pesquisa meticulosa e apresentaram o assunto de forma clara
e acessível, contribuindo significativamente para o corpo de conhecimento sobre
o tema.
A Telemedicina não apenas facilita o acesso aos cuidados de saúde
em regiões remotas e de difícil acesso, mas também promove a continuidade
do cuidado, a colaboração entre profissionais de saúde e a personalização do
tratamento. Em um país com as dimensões e diversidade do Brasil, a Telemedicina
tem o potencial de superar barreiras geográficas e sociais, garantindo que mais
pessoas possam receber o atendimento que precisam e merecem.
No entanto, é crucial que o crescimento da Telemedicina seja acompanhado
por uma regulamentação adequada, conectada com a evolução tecnológica e
também por uma constante avaliação das práticas adotadas, aperfeiçoando a
telepropedêutica médica e estimulando o desenvolvimento de tecnologias para
aprimorar a coleta de dados semiológicos de forma remota. Assim, poderemos
assegurar que essa prática seja utilizada de forma ética, segura e eficaz,
beneficiando os pacientes, os médicos e o sistema de saúde como um todo.
Convido todos os leitores a mergulharem nesta obra com a mente
aberta e um espírito crítico, reconhecendo os desafios e as oportunidades
que a Telemedicina traz para o futuro da medicina, futuro esse que é mais do
que presente. Que este livro inspire debates, pesquisas e a implementação de
práticas inovadoras que continuem a melhorar a saúde e o bem-estar de nossa
sociedade.
Boa leitura! E “TeleAbraços”!
Prof. Asdrubal Cesar da Cunha Russo
Médico, Professor Universitário,
Empresário de Educação Médica e Tecnologia em Saúde.
-
Largura: 16 cm
-
Comprimento: 23 cm
-
Tipo de Papel (Miolo): Pólen soft
-
Tipo de Papel (Capa): Triplex
-
Gramatura (Miolo): 80g/m²
-
Gramatura (Capa): 250g/m²
-
Cores do Miolo: Preto e branco
-
Orelha e Marcador: Sim
-
Tipo de Acabamento: Lombada costurada
-
Número de Páginas: 76