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Introdução: A adolescência é permeada por vulnerabilidades e busca por novas experiências, bem como a descoberta do novo e do diferente, geralmente com associações a grupos de pares. Essas novas sensações incluem comportamentos de risco, como o consumo de substâncias psicoativas de forma cada vez mais precoce, com comprometimentos socioemocionais, educacionais e cognitivos. Objetivo: Conhecer a percepção de adolescentes usuários de substâncias psicoativas sobre o seu processo de aprendizagem escolar durante o cumprimento da medida socioeducativa de internação. Método: Abordagem de natureza qualitativa descritiva, com procedimentos de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo no Centro Educacional Masculino-CEM, em Teresina-Piauí. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram 10 (dez) adolescentes do sexo masculino em cumprimento de medida socioeducativa de internação. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a observação sistemática e entrevista coletiva semiestruturada. A análise de dados se deu por categorização por similaridade, com base nos temas abordados e em consonância com os objetivos específicos. Utilizou-se a análise de conteúdo para as 04 (quatro) categorias de dados após a realização da entrevista coletiva Resultados: Todos os adolescentes que fazem uso de substâncias psicoativas possuem distorção série/idade, e compreendem a complexidade da relação entre o processo de aprendizado e os prejuízos decorrentes do uso dessas substâncias nesse contexto, bem como os prejuízos em suas habilidades socioemocionais. Ademais, referiram-se às dificuldades de aprendizagem e dificuldades de interpretação de textos e consignas, especialmente no que tange aos conteúdos formais escolares de forma geral. Considerações Finais: o processo de aprendizagem se relaciona não apenas às questões neurobiológicas, mas também às socioculturais e familiares, fomentando a designação de que o sujeito deve ser considerado sob aspectos biopsicossociais. Assim, adolescentes usuários de substâncias psicoativas em cumprimento de medida socioeducativa de internação possuem inúmeras variáveis que prejudicam a aprendizagem de conteúdos formais e não formais, além de dificuldades de compreensão e percepção em função do uso de substâncias no seu processo de aprendizagem, que alteram suas funções cognitivas e habilidades socioemocionais.