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O livro aqui apresentado estrutura-se com base na articulação entre o teórico e o empírico, pautado na análise dos processos de produção do espaço urbano e das transformações socioespaciais da cidade, mediante a leitura sobre a espacialidade urbana e a produção do espaço urbano pela lógica do capital, com capítulos que tratam da temática.
A espacialidade é um produto consubstanciado e como produto ela é simultaneamente o meio e o resultado, da ação nas relações sociais (SOJA, 1993). Os processos e formas socioespaciais podem ser explicitados na prática espacial pela estruturação e reestruturação do espaço urbano que como
afirma Edward Soja é uma situação complexa e irresoluta de continuidades e mudanças socioespaciais.
Um outro conceito chave adotado foi o de produção do espaço e sua sistematização no pensamento geográfico. Tal abordagem foi pensada e articulada nas diversas escalas para que a análise não se fragmente e não deixe o leitor com dificuldade no entendimento do que está sendo proposto.
Foram trabalhados autores que abordam a questão socioespacial para poder compreender as formações socioespaciais advindas do processo de urbanização e sua classificação como categoria essencial na compreensão da dinâmica dos processos de apropriação e uso da natureza alocada em
um dado território em detrimento dos processos de desconcentração espacial e de planificação territorial, Lefebvre (2013) define tais processos como representações do espaço ou espaço concebido. Esse espaço material e a espacialidade resultante desse processo hoje em dia estão cada vez mais dominados pelo capital, sobretudo por uma fração do capital que engloba o mercado imobiliário.
A escolha dessa temática repercute numa analogia em que as cidades são resultantes do modo de produção capitalista e por sua essência possuem diferenciações espaciais, territoriais e sociais materializados na forma singularizada de cada cidade.
Dessa maneira é importante, questionar e apontar como cada cidade tem sua base urbana produzida? Como as contradições socioespaciais desenvolvidas no interior da cidade podem ser evidenciadas? Para Lefebvre (2013) essas contradições podem ser evidenciadas pelo estudo das praticas espaciais, que segundo o autor, se descobre decifrando o seu espaço.
Na parte final do livro busca-se demonstrar alguns exemplos de espaços de representação (espaços vividos) em contraposição da pratica espacial (espaço material). O último capitulo reflete sobre a participação do capital imobiliário na produção do espaço com exemplos de práticas e processos socioespaciais da cidade de Vitória da Conquista-BA.
Setembro de 2020