As rodovias se caracterizam como um dos principais fatores de desenvolvimento para a população, entretanto, mesmo com diversos benefícios proporcionados, apresentam efeitos negativos à biodiversidade local. Um destes impactos refere-se ao atropelamento de fauna silvestre, tema este muito discutido por concessionárias, universidades, conselhos gestores, entre outros. Neste contexto, buscou-se avaliar os índices de atropelamento de fauna silvestre, sazonalidade e medidas mitigadoras descritos no Estudo de Impacto Ambiental da BR-101/BA, nas proximidades do município de Eunápolis/BA, em um trecho de 551,6 km, monitorado durante seis campanhas no ano de 2014. Para determinar os pontos de maior incidência de atropelamentos (hotspots) e avaliar a intensidade das agregações (raio 500m), foram utilizados os programas Google Earth, QGIS e SIRIEMA v. 2.0. No total, foram identificados 38 hotspots e 571 animais atropelados. Destes, 37,83% pertenciam a classe das aves (n=216), seguida de mamíferos (30,12%, n= 172), répteis (24,87%, n=142) e anfíbios (7,18%, n=41). Em relação à sazonalidade, a maior taxa de mortalidade ocorreu no período chuvoso (junho a agosto, n=297) em comparação do período seco (setembro a novembro, n=274). Quanto às medidas mitigadoras, foram identificadas 17 pontes no trecho amostrado, das quais, nove estão localizadas em áreas identificadas como hostspots e podem ser utilizadas como passagens de fauna, sendo necessário o aprimoramento com instalação e manutenção de passagens secas no vão inferior destas pontes, para facilitar a travessia de animais terrestres. Além disto, recomenda-se a implantação de sinalização para redução de velocidade nos trechos com maiores índices de atropelamentos e atividades de educação ambiental com os usuários da rodovia, contribuindo assim para a conservação das espécies e segurança tanto da fauna como dos usuários da rodovia em questão.