VOCÊ CONSEGUE ESCUTAR O SILÊNCIO? ATENDIMENTO AO PACIENTE SURDO NO ÂMBITO HOSPITALAR E O DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO
Uma parcela significativa da população brasileira apresenta algum grau de deficiência auditiva, sendo que, destes, muitos não conseguem ouvir de modo algum. A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS é o meio de comunicação entre as Comunidades Surdas sendo elevada ao status de segunda língua oficial do país por meio da legislação vigente. Neste contexto, faz-se necessário refletir sobre o acesso aos serviços de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua rede complementar de serviços a fim de problematizar as possibilidades da atenção integral à saúde das pessoas Surdas ou com deficiência auditiva numa perspectiva de inclusão plena. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o atendimento de saúde da população Surda no âmbito hospitalar com foco na comunicação efetiva e os desafios para o exercício da autodeterminação dos usuários. Como metodologia, optou-se pela realização de um relato de experiência tendo por base as ações visando o auxílio à comunicação desenvolvidas por duas assistentes sociais com formação em LIBRAS em um hospital público de alta complexidade. Problematizam-se assim as potencialidades e desafios observados nestas ações, considerando-se o contexto de saúde e adoecimento dos usuários e sua interface nas relações desenvolvidas com a equipe de saúde. Como resultados observa-se a existência de poucos profissionais capacitados para a comunicação por LIBRAS, bem como, a cultura ainda deficitária da orientação ao direito da presença de um tradutor/intérprete nos atendimentos de saúde. Muitos usuários não possuem familiares e/ou conhecidos com domínio da LIBRAS fazendo uso somente de gestos caseiros o que dificulta ainda mais o processo de comunicação com a equipe de saúde.
VOCÊ CONSEGUE ESCUTAR O SILÊNCIO? ATENDIMENTO AO PACIENTE SURDO NO ÂMBITO HOSPITALAR E O DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO
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DOI: 10.22533/at.ed.65220151210
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Palavras-chave: Surdez, atendimento de saúde, autonomia
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Keywords: Deaf, health care, autonomy
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Abstract:
A significant portion of the brazilian population has some degree of hearing loss and many of them can not hear at all. The brazilian sign language - LIBRAS is the means of communication of the deaf community and it has gone as far as been recognized as the second official brazilian language by the current legislation. With that in mind, it becomes necessary to think about how this community can be included in the Brazilian Health System (SUS) and its network of complementary services, to understand the real possibilities that this community has to be fully cared for and included in the health system. An experience report methodology has been chosen, based on communication aid actions of two social workers with LIBRAS training in a high complexity public hospital. The possibilities and challenges observed in these actions will be discussed, considering the health and disease conditions of these patients and the relations and interface with the medical team. In conclusion, not many professionals have training or ability to communicate in LIBRAS and there is a lack of knowledge about the right of an interpreter. Many patients do not have relatives or friends with knowledge of LIBRAS making use of custom/home made hand signals, making the communication with the health team even more difficult.
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Número de páginas: 11
- Xenia Maria Tamborena Barros
- Geneviève Lopes Pedebos