VISIBILIDADE DE JOVENS RURAIS: “ACREDITO É NA RAPAZIADA”.
O objetivo deste artigo é apresentar
o Grupo Urucongo de Artes, analisando as
dimensões de politicidade e empoderamento
decorrentes das práticas de educação popular,
vivenciadas na comunidade rural Chico
Gomes, localizada na Chapada do Araripe
(Ceará). Ao darmos visibilidade aos jovens,
caminhamos na contramão dos discursos
que os colocam como principais responsáveis
pela violência no país. O grupo foi pensado
a partir do seu contexto e da necessidade de
preservação das tradições artístico-culturais,
numa perspectiva transgeracional. Seus
membros são filhos de agricultores, que
enfrentam problemáticas tais como: alto índice
de desemprego; superexploração da mão
de obra; instabilidade trabalhista e a falta de
terra. As “situações limites” evidenciadas neste
contexto, fazem com que os jovens criem “atos
limites” que permitam o “inédito viável”. A partir
da apreensão dos problemas sociopolíticos e
existenciais, pensaram na criação de um grupo
que lutasse pelo desenvolvimento da cidadania,
valorizando o saber tradicional. Na análise
das narrativas produzidas coletivamente no
Círculo Investigativo Dialógico,tomamos como
referência teórica o pensamento de Paulo Freire,
articulando-o com autores da sociologia da
juventude. A pesquisa evidenciou: a existência
de estratégias de resistência e de comunicação
pela via da educação da sensibilidade; as
práticas potencializam o processo de formação
e empoderamento de si e de seus pares. O
Urucongo é um espaço formativo mediado pelo
trabalho coletivo. Mostrou, ainda, que existem
juventudes rurais comprometidas com seu
território e com a preservação de sua cultura e
que nem todos os jovens querem sair do campo.
VISIBILIDADE DE JOVENS RURAIS: “ACREDITO É NA RAPAZIADA”.
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DOI: 10.22533/at.ed.93719260424
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Palavras-chave: Juventude rural. Educação popular. Politicidade. Empoderamento. Artes.
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Keywords: Rural young people. Popular education. Politicity. Empowerment. Arts
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Abstract:
The aim of this article is to present
the Urucongo Grupo de Artes, analyzing the
dimensions of politicity and empowerment of its
popular education practices, lived in the Chico
Gomes rural community, located in the Chapada
do Araripe (Ceará). By giving visibility to them,
we walk against the speeches that put them
as the main responsible for the violence in the
country. The group was thought from its context
and the necessity to preserve the artistic-cultural
traditions, in a transgenerational perspective.
Its members are children of farmers, who
face problems such as: high unemployment;
overexploitation of labor; labor instability and landlessness. The “limiting situations”
evidenced in this context, induce young people to create “limiting acts” that enable the
“viable inedited”. From the apprehension of socio-political and existential problems,
they thought about the creation of a group that could fight for the development of
citizenship, valuing the traditional knowledge. In the analysis of the narratives produced
collectively in the Dialogical Investigative Circle, we take as theoretical reference from
the thought of Paulo Freire, articulating it with authors of the sociology of youth. The
research evidenced: the existence of strategies of resistance and communication
through the education of sensitivity; the practices enhance the process of training and
empowering themselves and their peers. Urucongo is a formative space mediated by
collective work. It also showed that there are rural youths committed to their territory
and the preservation of their culture and that not all young people would like to leave
the countryside.
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Número de páginas: 15
- Ercília Maria Braga de Olinda
- ANA MARIA DO NASCIMENTO