As discussões acerca da violência política de gênero ainda são incipientes, o que acaba dificultando sua identificação e enfrentamento. O avanço do conservadorismo expresso pelo governo ultraneoliberal de Bolsonaro, apresenta um cenário marcado pela legitimação da violência e ódio contra o campo da democracia e das políticas públicas e sociais. Esse cenário se acentua ainda mais para a população que historicamente já vem sofrendo os impactos da herança colonial no Brasil, as populações originárias, pretas, pobres, periféricas, LGBTQIA + e as mulheres. Dentro da política não é diferente, essa parcela da população segue sendo excluída das tomadas de decisões, diante disso, o presente estudo tem como objetivo observar quais são as violências políticas de gênero enfrentadas pelas mulheres e população LGBTQIA+ parlamentares do campo da esquerda que estão concorrendo nas eleições de 2022 diante do atual governo ultraneoliberal. É possível identificar que diante da legitimação da violência e avanço do conservadorismo acerca da categoria gênero e pautas emancipatórias do atual projeto de governo em curso, as violências políticas de gênero sofrida pelos parlamentares de esquerda aumentaram no período das eleições de 2022, o que ameaça o curso do exercício da democracia no Brasil.