VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: DA INVISIBILIDADE AO ENFRENTAMENTO SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE.
O parto é o desfecho fisiológico do ciclo reprodutivo feminino com potencial para transformação na vida da mulher e família. Com a institucionalização do parto, além da mudança de cenário, houve sedimentação de violação de direitos femininos ancorada na cultura patriarcal que desconsidera a autonomia e o poder de decisão da mulher, tornando-a passiva a procedimentos violentos e imperceptíveis, em virtude de conceitos perpetuados e equivocados sobre a medicalização do parto. Para resgatar o protagonismo feminino no nascimento, movimento de mulheres e sociedade civil buscam mudança no modelo hegemônico na obstetrícia defendendo políticas públicas que garantam os direitos sexuais e reprodutivos e inibam práticas violentas no ciclo gravídico puerperal. Objetivo: Discorrer e refletir sobre a emersão da violência obstétrica e seu enfrentamento no cenário assistencial brasileiro. Metodologia: Trata-se de manuscrito opinativo e reflexivo baseado na vivência prática em obstetrícia complementada com revisão narrativa de literatura. Conclusão: O enfrentamento de violência naturalizada no cuidado obstétrico somente será possível com mudanças na formação acadêmica e permanente dos profissionais, ressignificação do processo de nascimento pelas mulheres e familiares, políticas públicas de saúde condizentes com o modelo humanístico e arcabouço legal capaz de inibir a transgressão de direitos adquiridos.
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: DA INVISIBILIDADE AO ENFRENTAMENTO SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE.
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DOI: 10.22533/at.ed.82221150922
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Palavras-chave: Violência contra mulher. Gravidez. Parto. Políticas Públicas
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Keywords: Violence against women. Pregnancy. Childbirth. Public policy
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Abstract:
Childbirth is the physiological outcome of the female reproductive cycle with the potential to transform women's and family's lives. With the institutionalization of childbirth, in addition to the change of scenario, there was a sedimentation of violation of women's rights anchored in the patriarchal culture that disregards women's autonomy and decision-making power, making them passive to violent and imperceptible procedures, due to perpetuated concepts and mistaken about the medicalization of childbirth. To rescue the female protagonism at birth, the women's movement and civil society seek to change the hegemonic model in obstetrics, defending public policies that guarantee sexual and reproductive rights and inhibit violent practices in the pregnancy-puerperal cycle. Objective: To discuss and reflect on the emergence of obstetric violence and its confrontation in the Brazilian healthcare scenario. Methodology: This is an opinionated and reflective manuscript based on practical experience in obstetrics complemented with a narrative review of the literature. Conclusion: Coping with violence naturalized in obstetric care will only be possible with changes in the academic and continuing education of professionals, re-signification of the birth process by women and their families, public health policies consistent with the humanistic model and legal framework capable of inhibiting transgression of acquired rights.
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Número de páginas: 10
- Eduardo Jorge Sant’Ana Honorato
- Maria de Nazaré de Souza Ribeiro
- Edinilza Ribeiro dos Santos
- Mônica Pereira Lima Cunha
- nayra carla de melo