Violência e desenvolvimento de transtornos mentais comuns em agentes de segurança penitenciária do sexo feminino no Brasil
A violência é um problema que
afeta todo o mundo. Nesse contexto, existe
o trabalho desempenhado pelas agentes de
segurança penitenciária (ASP), demarcado
continuamente por eventos de violência,
turnos exaustivos, ambiente estressante,
discriminação e exposição ao assédio moral e
sexual, fatores que podem contribuir para danos
à saúde física e mental destas profissionais.
Objetivou-se analisar a associação entre a
violência e o desenvolvimento de transtornos
mentais comuns no ambiente de trabalho em
agentes de segurança penitenciária do sexo
feminino no Brasil a partir da análise de dados
do Inquérito Nacional de Saúde na População
Penitenciária Feminina e de Servidoras
Prisionais. A população consistiu em ASP do
sexo feminino, coletadas em 15 unidades
prisionais femininas que englobam todas as
regiões do Brasil. Os dados foram analisados
utilizando os softwares SPSS® versão 20.0
e Stata® versão 13. As ASP que sofreram
algum tipo de violência antes do ingresso no
sistema penitenciário apresentaram maiores
chances de desenvolver Transtorno Mental
Comum (TMC). Dentre os tipos, os mais
prevalentes foram roubo (31,4%), violência
física leve (25,8%), violência psicológica
(21,9%) e dano moral (16,9%). Dentre os tipos
de violência sofrida, a violência sexual, os
danos morais, a violência psicológica e o roubo
apresentaram associação estatisticamente
significativa. Os eventos observados mostram
como a exposição à violência pode trazer
consequências psicológicas em longo prazo,
devendo ser analisada de forma ampliada. FazSaúde
se necessário o desenvolvimento de ações interdisciplinares que busquem ajudar
essa população, estabelecendo planos para diminuir e prevenir a violência.
Violência e desenvolvimento de transtornos mentais comuns em agentes de segurança penitenciária do sexo feminino no Brasil
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DOI: 10.22533/at.ed.99019020933
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Palavras-chave: Violência; Transtornos Mentais; Feminino.
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Keywords: Violence; Mental Disorders; Female.
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Abstract:
Violence is a problem that affects the whole world. In this context, there
is work carried out by prison security agents (ASP), continually demarcated by events
of violence, exhaustive shifts, stressful environment, discrimination and exposure to
bullying and sexual harassment, factors that may contribute to damages to the physical
and mental health of these professionals. The objective of this study was to analyze
the association between violence and the development of common mental disorders
in the work environment in female prison security agents in Brazil, based on data from
the National Health Survey on Female Prison Population and Prison Servants. The
population consisted of female ASP, collected in 15 female prison units that encompass
all regions of Brazil. Data were analyzed using the SPSS® version 20.0 and Stata®
version 13 software. ASPs that suffered some type of violence before entering the
penitentiary system were more likely to develop Common Mental Disorder (CMD).
Among the types, the most prevalent were robbery (31.4%), mild physical violence
(25.8%), psychological violence (21.9%) and moral damage (16.9%). Among the types
of violence suffered, sexual violence, moral damages, psychological violence and
robbery showed a statistically significant association. The observed events show how
exposure to violence can have psychological consequences in the long term and should
be analyzed in an extended way. It is necessary to develop interdisciplinary actions that
seek to help this population, establishing plans to reduce and prevent violence.
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Número de páginas: 15
- Danilo Nogueira Maia
- Swelen Cristina Medeiros Lima
- Francisca Ascilânya Pereira Costa
- Ligia Regina Sansigolo Kerr
- Marcelo José Monteiro Ferreira
- Thalyta Gleyane Silva de Carvalho