VERACIDADE E VEROSSIMILHANÇA N'O MUNDO DE AISHA
O livro reportagem O mundo de
Aisha: A revolução silenciosa das mulheres no
Iêmen, de Ugo Bertotti e Agnes Montanari, traz
uma compilação das histórias de várias mulheres
no Iêmen, como explicita o próprio subtítulo. A
partir da adaptação de diversas entrevistas, os
quadrinistas recontam as histórias pessoais
de perda e opressão pela qual passaram as
entrevistadas. Habilmente entrelaçadas aos
quadrinhos, fotos ao final de cada história
acrescentam às narrativas um elemento de
dolorosa verdade, trazendo não apenas a
verossimilhança à obra, mas a colocando no
âmbito da veracidade. Um fenômeno que só se
consegue a partir da junção de duas linguagens
pictóricas, fotografia e quadrinhos, cuja
justaposição intensifica os efeitos desejados
pelos autores. Para fazer essa análise, utilizarei
principalmente da base teórica de Scott
McCloud, que em suas obras Desvendando os
Quadrinhos e Fazendo Quadrinhos, mostra uma
análise detalhada das histórias em quadrinhos
como linguagem pictórica, e a importância da
composição da imagem, aplicável também à
fotografia. Além disso, terá presença análise
de Rildo Cosson em Fronteiras Contaminadas,
cujo trabalho com o romance-reportagem não
apenas se aplica a obra de Bertotti e Montanari,
mas também auxilia a definir a sutil diferença
entre verossimilhança e veracidade. E teremos
a obra de Pierre Bourdieu, que em A dominação
masculina, aborda questões relevantes de
gênero
VERACIDADE E VEROSSIMILHANÇA N'O MUNDO DE AISHA
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DOI: 10.22533/at.ed.81419240417
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Palavras-chave: veracidade, verossimilhança, misoginia, histórias em quadrinhos
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Keywords: Atena
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Abstract:
ATENA
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Número de páginas: 15
- Antonio do Rego Barros Neto