USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS NA PROFILAXIA ODONTOLÓGICA
A resistência bacteriana aos
antimicrobianos tem sido uma problemática
bastante estudada em todo o mundo nas
últimas décadas. Contudo, ainda há práticas
no âmbito odontológico que favorecem
a resistência bacteriana. Espécies de S.
aureus resistentes a meticilina (MRSA) são
um risco iminente, uma vez que essa espécie
pode ser encontrada na cavidade nasal e
bucal acarretando abcessos, septecima e
endocardite. Em relação às gram negativas,
foram detectados genes que sofreram mutação
e disseminaram para a espécie Escherichia
coli, encontrada no trato gastrointestinal. Tal
bacilo pode habitar a cavidade oral em caso
de pessoas com baixas condições de higiene
e crianças. Na odontologia, os antimicrobianos
são frequentemente usados na profilaxia de
alguns procedimentos para prevenção de
infecção pós-cirúrgica, tratamento de infecções
periodontais e prevenção de endocardite
bacteriana em pacientes de alto risco. O uso
indiscriminado dos antimicrobianos nesses
grupos podem deixar o paciente suscetível a
microrganismos patogênicos. Os principais grupos antimicrobianos usados na prática
odontológica são as penicilinas, cefalosporinas e, em caso de pacientes alérgicos a
penicilina, é indicado à prescrição de eritromicina para infecções leves e moderadas e
clindamicina ou azitromicina em infecções mais severas. Vários estudos comprovam
que há microrganismos, que podem ser encontrados na cavidade oral, resistentes
a esses antimicrobianos. Também tem sido observado pacientes que não tiveram
muito contato prévio com antimicrobianos, e que podem estar colonizados por
microrganismos portadores de genes de resistência, seja no ambiente hospitalar ou
na comunidade. Em vista disso, ressalta-se a relevância do antibiograma antes de
realizar antimicrobianoterapia profilática. O antibiograma é um ótimo e prático exame
laboratorial que analisa a sensibilidade de bactérias aos antimicrobianos, sendo uma
boa ferramenta para conduzir a escolha do tratamento mais adequado e retardar a
resistência bacteriana.
USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS NA PROFILAXIA ODONTOLÓGICA
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DOI: 10.22533/at.ed.20120030315
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Palavras-chave: resistência, bactéria, profilaxia, odontologia e antimicrobiano.
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Keywords: resistance, bacteria, prophylaxis, dentistry and antibiotic.
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Abstract:
Bacterial resistance to antimicrobials has been a problem that has
been widely studied around the world in recent decades. However, there are still
dental practices that favor bacterial resistance. Methicillin resistant S. aureus (MRSA)
species are an imminent risk, as this species can be found in the nasal and oral cavity
causing abscesses, septecime and endocarditis. Regarding gram negative genes,
mutated genes were detected and disseminated to the species Escherichia coli found
in the gastrointestinal tract. Such a bacillus can inhabit the oral cavity in case of poor
people and children. In dentistry, antimicrobials are often used for the prophylaxis of
some procedures for prevention of postoperative infection, treatment of periodontal
infections and prevention of bacterial endocarditis in high risk patients. Indiscriminate
use of antimicrobials in these groups may leave the patient susceptible to pathogenic
microorganisms. The main antimicrobial groups used in dental practice are penicillins,
cephalosporins and, in patients with penicillin allergic patients, erythromycin is prescribed
for mild and moderate infections and clindamycin or azithromycin for more severe
infections. Several studies prove that there are microorganisms, which can be found
in the oral cavity, resistant to these antimicrobials. It has also been observed patients
who have not had much prior contact with antimicrobials and who may be colonized
by microorganisms carrying resistance genes, either in the hospital environment or in
the community. In view of this, the relevance of the antibiogram before the prophylactic
antimicrobial therapy is emphasized. The antibiogram is a great and practical laboratory
test that analyzes the sensitivity of bacteria to antimicrobials and is a good tool to guide
the choice of the most appropriate treatment and delay bacterial resistance.
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Número de páginas: 12
- Camila Ananias de Lima
- Ícaro César Bezerra Silva
- Paula Regina Luna de Araújo Jácome
- Agenor Tavares Jácome Júnior
- Bárbara Monteiro Chaves Bernardo