A Revolução Francesa (1789-1799) é conhecida como uma das principais revoluções populares por se tratar de um evento que reverberou por todo o mundo com seus preceitos de “igualdade, liberdade e fraternidade”, afirmando que todos os homens eram detentores de direitos e esses deveriam ser assegurados pela constituição. Em contrapartida, a aplicação dos direitos se deu de forma seletiva, uma vez que as mulheres continuaram sendo vistas como inferiores tanto pela população geral quanto pelos principais filósofos e pensadores da época. A não inclusão da mulher como sujeito de direito na Revolução Francesa fornece uma abordagem para a análise das representações historiográficas femininas, assim, o presente artigo tem como objetivo contribuir para o refinamento das discussões de gênero a partir da análise de livros didáticos da disciplina de História, utilizados no ensino fundamental e médio, na rede pública de Maringá, buscando compreender as raízes históricas que marcam e perpetuam as desigualdades entre ambos os sexos e as diferentes maneiras como eles são apresentados pela historiografia.