As formas de se viver as ruralidades

feminina são marcadas por histórias de luta, seja

pelo respeito ao seu corpo ou pela legitimação do

seu trabalho, as mulheres ao longo dos anos, nos

mais distintos tipos de vivencias dos campos do

nosso Brasil, têm se colocado como um sujeito

de resistência e militância, tanto no sentido de

resistir às imposições sexistas, que avassalam

muitas vezes com o pouco do feminino que

ainda a compõem, como também apresenta

uma enorme capacidade de responder com

uma força que apenas quem sabe o valor da

luta consegue. Neste contexto de tensão entre

os gêneros nos espaços públicos e privados,

cujo patriarcado faz a ordem, em que meninas

são invisibilizadas e ceifadas de vivenciarem

sonhos por serem mulheres, onde a violência

simbólica, sexual, patrimonial, e física as

assolam emerge o sindicalismo como uma via de

união entre as forças de mulheres. Inicialmente

com pautas que norteavam direitos primários

como acesso a identidade, carteira de trabalho

e aposentadoria, aos poucos, a partir de uma

agenda feminista, as reinvindicações passaram

a ser por mais igualdade entre os gêneros,

melhor divisão das atividades domésticas e

mais autonomia, tanto financeira como sexual.

Como consequências, um exército de mulheres

que a cada dia, resistindo às imposições do

patriarcado, fazem aumentar a massa que

marcha rumo a igualdade. Contrariando a lógica

de nossa cultura, muitas meninas estão se

despertando para a militância, entendendo que

a politização é uma saída para o enfrentamento

das condições de subalternidade em que muitas

delas estão inseridas.