Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

UM OLHAR “DIPLOMÁTICO” DO NARRADOR MACHADIANO: PARTE DA ÁSIA NA CRÔNICA DE 28 DE OUTUBRO DE 1894.

Em todas as suas crônicas, Machado de Assis não privava seu leitor do que ocupava o universo nacional e o mundial, condição que atualizava, ao modo da escrita machadiana, quem acessava esses textos nos jornais oitocentistas do final do Dezenove brasileiro. A crônica em estudo foi parte da série A Semana, publicada entre 1892 e 1897 na Gazeta de Notícias, datando de 28 de outubro de 1894, inserida na coluna “A Semana”.  Como nas demais narrativas do gênero em análise, o leitor machadiano da época encontrou um fluxo contínuo de informações, alusões e aberturas aos sentidos políticos e culturais presentes na época. Sobre esse tipo de escrita cronista que interrompe a “obviedade” da linearidade, vale pontuar, segundo Vincent Jouve, em A leitura, que: “Se a leitura linear é mais respeitosa das regras do jogo, não é necessariamente a mais importante.” (Jouve, 2002, p. 29). Nessa perspectiva, a crônica desafia o leitor, pela dinâmica própria de sucessão, a compreender e estender sentidos sobre o que é lido.  Na escrita machadiana em análise, o autor problematiza as dúvidas e levanta algumas possibilidades políticas e diplomáticas do período, o que nos permite seguir essa organização textual na perspectiva do olhar de um narrador diplomático, o qual informa entre a linha tênue da notícia e da opinião. Apesar do cenário educacional ainda em formação e concentrado para poucos, o leitor machadiano, conforme indicado antes, não era privado do que ocorria no mundo, especialmente quando parte desse mundo ocorria aqui, no Brasil oitocentista. Ainda sobre o contexto educacional do Dezenove nacional, Marisa Lajolo e Regina Zilberman, em A formação da leitura no Brasil, registra que: “Só por volta de 1840 o Brasil do Rio de Janeiro, sede da monarquia, passa a exibir alguns dos traços necessários para a formação e fortalecimento de uma sociedade leitora (...)” (Lajolo e Zilberman, 2002, p. 18). Nesse cenário mínimo de formação educacional e leitora, o jornal funcionava como produto cultural importante e necessário.
Ler mais

UM OLHAR “DIPLOMÁTICO” DO NARRADOR MACHADIANO: PARTE DA ÁSIA NA CRÔNICA DE 28 DE OUTUBRO DE 1894.

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.0272511096

  • Palavras-chave: Machado de Assis. Crônica. Narrador.

  • Keywords: Machado de Assis. Crónica. Narrador.

  • Abstract: En todas sus crónicas, Machado de Assis nunca privó a sus lectores de la actualidad brasileña e internacional, situación que, al estilo de su escritura, actualizaba a quienes consultaban estos textos en los periódicos brasileños de finales del siglo XIX. La crónica en estudio formó parte de la serie "A Semana", publicada entre 1892 y 1897 en la Gazeta de Notícias, con fecha del 28 de octubre de 1894, e incluida en la columna "A Semana". Al igual que en otras narrativas del género analizado, los lectores de Machado de Assis de la época se encontraron con un flujo continuo de información, alusiones y reflexiones sobre los contextos políticos y culturales de la época. Respecto a este tipo de escritura cronística que interrumpe la "obviedad" de la linealidad, cabe señalar, según Vincent Jouve en "A leitura", que: "Si bien la lectura lineal es más respetuosa con las reglas del juego, no es necesariamente la más importante" (Jouve, 2002, p. 29). Desde esta perspectiva, la crónica desafía al lector, a través de la propia dinámica de la sucesión, a comprender y ampliar el significado de lo leído. En la escritura de Machado analizada, el autor problematiza dudas y plantea algunas posibilidades políticas y diplomáticas de la época, lo que nos permite seguir esta organización textual desde la perspectiva de un narrador diplomático, que informa en la delgada línea entre noticia y opinión. A pesar de que el panorama educativo aún estaba en desarrollo y se concentraba en unos pocos, el lector de Machado, como se indicó anteriormente, no estaba privado de lo que sucedía en el mundo, especialmente cuando parte de ese mundo ocurría aquí, en el Brasil del siglo XIX. Siguiendo con el contexto educativo del siglo XIX nacional, Marisa Lajolo y Regina Zilberman, en La Formación de la Lectura en Brasil, señalan que: “Solo alrededor de 1840, el Brasil de Río de Janeiro, sede de la monarquía, comenzó a exhibir algunos de los rasgos necesarios para la formación y el fortalecimiento de una sociedad lectora (...)” (Lajolo y Zilberman, 2002, p. 18). En este escenario mínimo de desarrollo educativo y lector, el periódico funcionó como un producto cultural importante y necesario.

  • Nelson de Jesus Teixeira Júnior
Fale conosco Whatsapp