O presente estudo pretende contribuir para a discussão da utilização do

conceito de história local no campo da História da Educação. Percebe-se como

problema desta discussão, a ideia de que as histórias locais são constantemente

consideradas reflexos da história geral. Porém, o que foi observado neste estudo, é

o contrário desse engodo. Essa prática, de separação do objeto do contexto (local)

em que ele está inserido e, mecanicamente e/ou instintivamente e/ou

paradigmaticamente e/ou compulsoriamente o submetê-lo a uma realidade

forçada ou irreal (geral), não é a melhor opção, veja que, compreender o

movimento dos Grupos Escolares em Minas Gerais na primeira fase da República

no Brasil é diferente de compreender a criação de um Grupo Escolar específico.

Num contexto geral, o Grupo Escolar de Uberabinha, por exemplo, é uma estatística

enquanto, no contexto local, o Grupo Escolar de Uberabinha passa a ser algo

particular, com suas especificidades e conflitos contextuais, políticos, culturais e

oportunos, que somados, possibilitaram a composição dentro de um determinado

espaço-tempo deste Grupo Escolar em especial. Assim, pretendemos demonstrar

que é razoável sugerir que o contexto educacional brasileiro, partindo da história

local, não é idêntico em todas as partes do Brasil, portanto, pouco prudente afirmar

que todo e qualquer movimento relacionado à educação brasileira, no contexto de

uma história local, esteja integrada a um único e imutável contexto (educacional)

geral brasileiro. Deste modo, é conclusão deste estudo que na história local, o

deslocamento do objeto do ambiente local para um enquadramento num contexto

nacional (geral), exclusivamente de forma paradigmática, pode causar considerável

distorção na construção da história pretendida, artificializando contextos históricos

ou mesmo construindo ficções.