A síndrome da apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório caracterizado por pausas recorrentes na respiração durante o sono associado a ronco, despertares, sensação de sufocamento, sonolência excessiva diurna e sensação de sono não reparador. Tem etiologia multifatorial que inclui desde aspectos genéticos, doenças clínicas, estilo de vida e anatomia da via aérea superior, o que implica em terapêuticas clínicas e cirúrgicas. O entendimento da interação dinâmica entre fluxo aéreo e características morfofuncionais de estruturas no nariz, faringe, laringe e traqueia permitiu o desenvolvimento de cirurgias diversas para tratamento. As opções variam de ressecção e reposicionamento de tecidos moles e ósseos a implantes que aumentam o tônus neuromotor de músculos estabilizadores da via aérea superior. A indicação específica de cada procedimento relaciona-se a avaliação clínica, achados de exame físico, falha terapêutica no uso do CPAP nasal e exames complementares como polissonografia e videoendoscopia dirigida. Para sucesso do tratamento com desfechos clínicos favoráveis é essencial seleção criteriosa dos pacientes que mais se beneficiarão de uma abordagem cirúrgica adequada.