TERRITÓRIOS DA MORTE, DO MEDO E DE RESISTÊNCIA LGBTQIAP+: POR UMA LEITURA GEOGRÁFICA DAS MORTES, DO MEDO E DAS RESISTÊNCIAS CONSTRUÍDAS POR CORPOS DISSIDENTES
O presente trabalho constitui um avanço significativo e pertinente no reconhecimento e avaliação das violências impostas e impressas nos corpos considerados dissidentes a partir de alguns parâmetros construídos socialmente como o patriarcado, o racismo, a heteronormatividade, o heterossexismo e a cisgeneridade, que posiciona esses corpos à margem dos processos de decisão e representação política, social e cultural. Os territórios da morte foram representados a partir da materialização dos crimes de ódio contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros, queer, intersexuais e assexuais brasileiros a partir dos dados disponibilizados pelo Grupo Gay da Bahia entre os anos de 2000 a 2019. Os territórios do medo foram representados a partir dos processos de violação em curso contra os corpos LGBTQIAP+ a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos. Por fim, os Territórios de Resistência foram representados pelo número de Paradas e ações similares construídas em diferentes municípios entre os anos de 2006 a 2019. A violência direcionada a esses corpos é motivada por alguns discursos que se sustentam, sobretudo, pela religião e por algumas figuras do poder público. O mapa “Território da Morte, do Medo e de Resistência” evidencia o que temos de pior e de mais cruel. São corpos considerados “anormais”, “doentes” ou que se encontram em pecado, dessa forma, necessitam ou da cura que reverterá esse corpo “desviante” em um corpo “normal” ou da violência que pune e elimina os símbolos que determinados corpos carregam.
TERRITÓRIOS DA MORTE, DO MEDO E DE RESISTÊNCIA LGBTQIAP+: POR UMA LEITURA GEOGRÁFICA DAS MORTES, DO MEDO E DAS RESISTÊNCIAS CONSTRUÍDAS POR CORPOS DISSIDENTES
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DOI: 10.22533/at.ed.68421090418
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Palavras-chave: Territórios; Morte; Medo; Resistência; LGBTQIAP+; Corpo.
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Keywords: Territories; Death; Fear; Resistance; LGBTQIAP+; Body.
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Abstract:
The present work constitutes a significant and pertinent advance in the recognition and evaluation of violence imposed and printed on bodies considered dissenting from some socially constructed parameters such as patriarchy, racism, heteronormativity, heterosexism and cisgenerity, which positions these bodies on the margins of decision-making processes and political, social and cultural representation. The territories of death were represented from the materialization of hate crimes against lesbian, gay, bisexual, transvestite, transgender, queer, intersex and asexual Brazilians from the data made available by the Gay Group of Bahia between the years 2000 to 2019. The territories of fear were represented from the ongoing rape processes against LGBTQIAP+ bodies based on data provided by the Ministry of Family, Women and Human Rights. Finally, the Resistance Territories were represented by the number of Stops and similar actions built in different municipalities between 2006 and 2019. Violence directed at these bodies is motivated by some discourses that are supported, above all, by religion and some figures of public power. The "Territory of Death, Fear and Resistance" map shows what we have the worst and cruelest. They are bodies considered "abnormal", "sick" or found in sin, in this way need or the healing that will reverse this "devious" body in a "normal" body or violence that punishes and eliminates the symbols that certain bodies carry.
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Número de páginas: 15
- Carlos Alberto Feliciano
- Wilians Ventura Ferreira Souza