Terapia Ocupacional e o Movimento de Artes e Ofícios: uma proposta ontológica do fazer artesanal
A experiência na clínica com
oficinas de criação, concomitante ao trabalho
na docência nos cursos de terapia ocupacional,
nos permitiu a articulação, de ordem teórica e
prática, do uso de atividades manuais em terapia
ocupacional. Com o objetivo de pesquisar os
discursos/práticas que produzem uma visão de
desvalorização das atividades manuais e que
operam a dominação e captura de subjetividades
através do imperativo capitalista de produção,
adotamos a metodologia genealógica de
Foucault – que consiste na análise histórica
de saberes e práticas – para investigar as
condições de possibilidades que promoveram a
desvalorização do fazer manual e a consequente
dissociação entre este e o fazer intelectual.
Acreditamos que a terapia ocupacional, por ter
como principal ferramenta a atividade, possa
contribuir para a análise do uso das atividades
artesanais sob a perspectiva histórico-política
do fazer manual, como dispositivo que promova
a autonomia e a inclusão social. Com o
objetivo de realizar a análise do trabalho como
ontologia, encontramos no Movimento de Artes
e Ofícios (MAO) pressupostos para pensar
outras relações do sujeito com o trabalho e o
fazer manual. A proposta do MAO consistiu
em valorizar o fazer artesanal como alternativa
ao trabalho mecânico e estereotipado da era
industrial que empobrecia as experiências do
homem em suas ações cotidianas. Entendemos
que a pesquisa sobre a atividade artesanal, a
partir da concepção do MAO, permite ampliar
os conhecimentos da terapia ocupacional sobre
a relação do homem com o fazer, assim como,
contribuir para análises mais potentes acerca
do fazer manual.
Terapia Ocupacional e o Movimento de Artes e Ofícios: uma proposta ontológica do fazer artesanal
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DOI: 10.22533/at.ed.7191910077
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Palavras-chave: Terapia Ocupacional, Saúde Mental, Artes e Ofícios, Oficinas de Criação, Fazer Artesanal.
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Keywords: Occupational Therapy, Mental Health, Arts and Crafts, Creation Workshops, Craft Making.
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Abstract:
Experience in clinical with
workshops, concurrent to work in the
occupational therapy course teaching, allowed
us the articulation of theoretical and practical,
of using manual activities in occupational
therapy. In order to search the speeches/
practices that guide a vision of devaluation of
manual activities and operating domination and
capture subjectivities through the imperative
capitalist production, we adopt the genealogical
methodology Foucault - that is the historical analysis of knowledge and practices - to
investigate the conditions of possibilities that promoted the devaluation of the manual
making and the consequent dissociation between this and the intellectual do. We
believe that occupational therapy, having as main tool the activity, may contribute to
the analysis of the use of manual activities under the historical-political perspective
of doing manual as a device to promote autonomy and social inclusion. In order to
perform the analysis of work as ontology, we find in the Arts and Crafts Movement
(MAO) assumptions to think other relations of the subject with the work and do manual.
MAO proposal was to value the craft making as an alternative to mechanical and
stereotypical work of the industrial era that impoverished the experiences of man in
their daily actions. We understand that research on artisanal activity from the design of
MAO, allow expand the knowledge of occupational therapy on the relation of man to do
as well as contribute to more powerful analysis about making manual.
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Número de páginas: 15
- Marcus Vinicius Machado de Almeida
- Geruza Valadares Souza