A lesão apical ocorre como resultado de

uma agressão crônica, assintomática, de

baixa intensidade, devido à presença de

necrose pulpar, resultante de uma invasão

microbiana no sistema de canais radiculares.

Radiograficamente se nota uma área

radiolúcida circunscrita no ápice, podendo

ser classificada como cisto ou granuloma

apical, cuja diferenciação só poderá ser

realizada através de análise histopatológica. A

conduta indicada é o tratamento endodôntico,

para esvaziar canais radiculares e reduzir

o número de microrganismos. Em caso de

tratamento ineficiente, resultando em abscesso

dentoalveolar, a reintervenção endodôntica

deve ser a primeira opção, visto que sua taxa

de sucesso é maior comparada ao tratamento

cirúrgico. Paciente N. R. F. A., gênero feminino,

24 anos de idade, procura auxílio odontológico

após o surgimento de uma lesão hipodensa no

bordo inferior direito da mandíbula, proveniente

de um abscesso apical crônico no elemento

47 depois da colocação de uma coroa. Seu

diagnóstico foi ignorado pelo protesista

responsável pelo tratamento e inverídico

através de um laudo médico auxiliado por uma

ultrassonografia submandibular, apresentando

linfonodos reacionais e indicação cirúrgica. Foi

executada uma drenagem e complementação

terapêutica de forma endodôntica. Realizouse

uma desobstrução dos canais radiculares,

reinstrumentação, inserção de soluções

irrigadoras e medicamentosas e obturação

dos mesmos. Assim, conclui-se que é de

fundamental importância o conhecimento

biológico, semiológico e bom senso por parte da

equipe odontológica multidisciplinar para chegar

ao diagnóstico assertivo, e consequentemente

ao planejamento e prognóstico favoráveis.

Evitando qualquer tipo de sequela ao paciente,

principalmente por irresponsabilidade

profissional.