Surgical management of infective endocarditis complicated by subarachnoid hemorrhage: case report
Um homem de 25 anos, previamente submetido à cirurgia de Ross, é admitido no pronto-socorro com uma história de edema progressivo de membros inferiores há 3 meses, associado à febre. O ecocardiograma transtorácico revelou regurgitamento aórtico e pulmonar, associado à múltiplas vegetações. O diagnóstico de endocardite infecciosa (EI) foi estabelecido após hemoculturas positivas para Enterococcus spp. e a antibioticoterapia apropriada foi iniciada. No quinto dia de internação, o paciente apresentou cefaleia súbita de forte intensidade, sem outros sintomas neurológicos, e foi diagnosticado com hemorragia subaracnoidea. A cirurgia cardíaca foi adiada devido ao acometimento neurológico e alto risco de mortalidade. O paciente evoluiu com deterioração clínica e neurológica após 18 dias de tratamento e, apesar dos cuidados intensivos, faleceu no 40º dia de internação. As complicações neurológicas da EI são comuns e podem ter um desfecho dramático apesar dos cuidados apropriados. A antibioticoterapia adequada precoce é um dos pilares do tratamento, mas os pacientes frequentemente necessitarão de intervenção cirúrgica cardíaca. As diretrizes disponíveis estabelecem as indicações do tratamento cirúrgico, mas não definem de maneira clara a estratificação de risco e o melhor momento para o reparo valvar. Apesar de alguns dados conflitantes, a maioria dos estudos concorda que o desfecho neurológico e as taxas de mortalidade são melhores quando a cirurgia é adiada por pelo menos 3 a 4 semanas do evento hemorrágico. Esse relato de caso destaca como o diagnóstico de uma complicação neurológica da EI afeta a decisão do melhor momento para cirurgia cardíaca, influenciando o desfecho clínico.
Surgical management of infective endocarditis complicated by subarachnoid hemorrhage: case report
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DOI: 10.22533/at.ed.56120280127
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Palavras-chave: Endocardite bacteriana. Hemorragia subaracnoidea. Procedimentos cirúrgicos cardiovasculares.
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Keywords: Endocarditis, bacterial. Subarachnoid hemorrhage. Cardiovascular surgical procedures
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Abstract:
A 25-year-old male, previously submitted to Ross procedure, presented to the hospital with a history of 3 months progressing edema in lower limbs associated with fever. Transthoracic echocardiography revealed aortic and pulmonary regurgitation, associated with multiple vegetations. The diagnosis of infective endocarditis (IE) was established after hemocultures were positive for Enterococcus spp. and the appropriate treatment with antibiotics was established. On the 5th day of admission, the patient suffered a sudden severe headache without any other neurological symptoms, and was diagnosed with subarachnoid hemorrhage. Cardiac surgery was postponed due to the neurological involvement and high mortality risk. The patient had a neurological and systemic deterioration after 18 days of treatment and, despite the intensive care, he died on the 40th day of hospitalization. Neurological complications of IE are frequent and possibly life-threatening, despite the correct management. Appropriate antibiotic therapy is the cornerstone of treatment, but patients will frequently need to undergo cardiac surgical intervention. Available guidelines have established indications for surgical treatment, but are unclear as to risk stratification and the optimal timing of elective valve repair. Despite some controversial data, most studies agree that neurological outcomes and mortality rates are better when surgery is postponed for at least 3 to 4 weeks from the hemorrhagic event. This case report highlights the importance of how the diagnosis of an IE neurological complication affects the decision of the optimal timing of cardiac surgery, influencing the clinical outcome.
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Número de páginas: 13
- Natalia Trombini Mendes
- Lohana Santana Almeida da Silva
- Luiza Ramos de Freitas
- Moisés Antonio de Oliveira
- Paulo Diego Santos Silva
- Francisco Tomaz Meneses de Oliveira
- Rubens José Gagliardi
- Rônney Pinto Lopes