Este estudo tem como objetivo analisar a política de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para assentamentos de reforma agrária na região do Contestado em Santa Catarina (SC), entre o período de 2012 e 2017. A orientação teórica que permeia esta pesquisa passa pela abordagem das ideias de sucesso e fracasso em projetos de desenvolvimento suscitada por David Mosse (2005) e a problematização entre teoria e prática dos projetos levantada por Olivier de Sardan (2001). A metodologia é de abordagem qualitativa, descritiva e com análise de conteúdo, além de contar com aporte de uma revisão de literatura. Os resultados demonstram que a política analisada foi sendo readaptada por seus atores envolvidos, desde o momento da idealização até a implementação. Esse processo foi construído por uma rede de atores para que o sucesso da política fosse alcançado, ainda que os atores estivessem em constante vigilância para resistir e sustentar a política pública, sobretudo, em processo de crise política. Em síntese, a política pública de ATER para assentamentos em SC demonstrou que a construção coletiva da política foi um fator decisivo para que as reivindicações das famílias assentadas fossem atendidas, num processo semelhante à políticas do lugar.