Sífilis congênita no Brasil: um reflexo da fragilidade do rastreio e tratamento da sífilis materna
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo verificar a relação entre sífilis
materna e sífilis congênita no Brasil. Métodos: Estudo ecológico, com dados
referentes à sífilis em gestantes e sífilis congênita no Brasil no período de 2012 a
2021, obtidos na plataforma online de Indicadores de Sífilis do Ministério da Saúde.
Resultados: Foi observado um aumento gradativo da incidência e taxa de detecção
de sífilis materna e consequentemente de sífilis congênita. Foram notificados
452.826 casos de sífilis em gestantes e 211.999 casos de sífilis congênita no
período em estudo. Nos casos de sífilis congênita, as gestantes realizaram o pré-
natal (79,5%), sendo que em 53,0% o diagnóstico foi realizado durante esse
acompanhamento, porém o tratamento só foi considerado adequado em 4,5%.
Entretanto, no decorrer dos anos em estudo, houve um aumento gradativo do
diagnóstico materno de sífilis no pré-natal nas fases latentes e no 1º trimestre.
Conclusão: A sífilis materna e a sífilis congênita ainda apresentam um crescente
número de registro. Parece haver melhorias no pré-natal quanto ao diagnóstico de
sífilis materna, porém ainda há fragilidades, principalmente no tratamento, resultando
ainda em um número expressivo de casos de sífilis congênita.
Sífilis congênita no Brasil: um reflexo da fragilidade do rastreio e tratamento da sífilis materna
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DOI: 10.22533/at.ed.81723270612
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Palavras-chave: Sífilis, Gestantes, Sífilis congênita, Epidemiologia.
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Keywords: Syphilis, Pregnant women, Congenital syphilis, Epidemiology.
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Abstract:
Objective: The present study aims to verify the relationship between maternal
syphilis and congenital syphilis in Brazil. Methods: Ecological study, with data
regarding syphilis in pregnant women and congenital syphilis in Brazil from 2012 to
2021, obtained from the online platform of Syphilis Indicators of the Ministry of
Health. Results: A gradual increase in the incidence and detection rate of maternal
syphilis and consequently congenital syphilis was observed. A total of 452,826 cases
of syphilis in pregnant women and 211,999 cases of congenital syphilis werereported during the study period. In cases of congenital syphilis, the pregnant women
underwent prenatal care (79.5%), and in 53.0% the diagnosis was made during this
follow-up, but the treatment was only considered adequate in 4.5%. However, over
the years under study, there was a gradual increase in the maternal diagnosis of
syphilis in the prenatal care in the latent phases and in the 1st trimester.
Conclusion: Maternal syphilis and congenital syphilis still present an increasing
number of records. There seem to be improvements in prenatal care regarding the
diagnosis of maternal syphilis, but there are still weaknesses, especially in the
treatment, still resulting in a significant number of cases of congenital syphilis.
- Daniele Socorro de Brito Souza Paiva
- Carolina Ribeiro Mainardi
- Emanuely Magno da Silva