“SIA VUMA”: POR UMA UTOPIA LIBERTÁRIA
O presente trabalho, parte da análise do poema “Sia Vuma” presente na obra poética Karingana ua Karingana(1995), do poeta moçambicano José Craveirinha. A poética desta nos faz penetrar no mítico e ancestral universo africano e caminhar pelos subúrbios, pelo mundo dos caniços da Mafalala. Com base em Benjamin Abdala Jr (2003), partiremos do pressuposto do respeito em relação à diversidade, à multiplicidade e à diferença, que são os objetivos para uma “utopia libertária”. Dessa forma, pensaremos a utopia em um contexto distante da ideia de sonho, enquanto sentido de dicionário, do espaço de ausência da realidade concreta. Temos então, a utopia, como constituição de uma força dinâmica que se projeta para o futuro, ou seja, utopia “é sonhar para frente” (BLOCH, 2005). Assim veremos o pós-colonial pensado enquanto princípio que rejeita a dominação de uma “nação” pela outra e é expresso pela luta contra o avanço do capitalismo global, emerge na poesia de Craveirinha “em sonho do que vai ser” (CRAVEIRINHA, 1995, p. 9), pois mesmo diante do sofrimento do passado e do presente, o eu poético penetra no verso e fertiliza a esperança, gerando o que está por vir, que como vimos, não é dependente do tempo cronológico e sim está além do arraigado tempo, é uma utopia libertária.
“SIA VUMA”: POR UMA UTOPIA LIBERTÁRIA
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DOI: 10.22533/at.ed.7862108035
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Palavras-chave: Utopia libertária; José Craveirinha; Sia Vuma.
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Keywords: Libertarian utopia; José Craveirinha; Sia Vuma.
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Abstract:
The present work, part of the analysis of the poem “Sia Vuma” present in the poetic work Karingana ua Karingana (1995), by the Mozambican poet José Craveirinha. Its poetics make us penetrate the mythical and ancestral African universe and walk through the suburbs, through the world of reeds in Mafalala. Based on Benjamin Abdala Jr (2003), we will start from the assumption of respect in relation to diversity, multiplicity and difference, which are the objectives for a “libertarian utopia”. In this way, we will think of utopia in a context far from the idea of a dream, as a sense of dictionary, of the space of absence of concrete reality. We have, then, utopia, as constitution of a dynamic force that is projected for the future, that is, utopia "is to dream forward" (BLOCH, 2005). Thus we will see the post-colonial thought as a principle that rejects the domination of one "nation" by the other and is expressed by the struggle against the advance of global capitalism, emerges in Craveirinha's poetry "in a dream of what will be" (CRAVEIRINHA, 1995, p. 9), because even in the face of the suffering of the past and the present, the poetic self penetrates the verse and fertilizes hope, generating what is to come, which, as we have seen, is not dependent on chronological time but is beyond rootedness. time, it is a libertarian utopia.
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Número de páginas: 11
- VANESSA PINCERATO FERNANDES
