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capa do ebook SEMIÓTICA E A TEORIA DOS ATOS DE FALA: UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA PARA O PROBLEMA DAS FAKE NEWS

SEMIÓTICA E A TEORIA DOS ATOS DE FALA: UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA PARA O PROBLEMA DAS FAKE NEWS

O pragmatismo e a semiótica nasceram simultaneamente, na segunda metade do século XIX, das contribuições do filósofo e lógico americano Charles S. Peirce. Ambos foram motivados pela necessidade de uma lógica mais ampla que pudesse ajudar a esclarecer nossas ideias socialmente compartilhadas a partir da análise das consequências de sua adoção por uma comunidade. A teoria pragmática da linguagem, proposta por John Langshaw Austin um século depois, pretendia estudar como os atos de fala da linguagem comum produzem efeitos reais, alterando o mundo. Defenderemos primeiro que a semiótica pragmática de Peirce e a filosofia pragmática da linguagem de Austin podem ser relacionadas de uma forma produtiva. Em seguida, analisaremos as fake news a partir dessa perspectiva conjunta, definindo-as como a enunciação de um símbolo que visa quebrar velhas crenças e produzir novas. O objeto representado pelas fake news não é o mundo real ou qualquer parte dele, mas sim a expectativa do enunciador da notícia falsa de que algum hábito de ação será internalizado pelo público-alvo, mesmo que contrário ao seu próprio interesse ou ao interesse geral da sociedade como um todo. Concluímos que as fake news são símbolos parasitas de nossas crenças comuns, que se espalham pelas mídias sociais. Nesse sentido, as fake news são uma arma cognitiva contra o cerne da tradição democrática ocidental. O objetivo final das fake news não é a pós-verdade per se, mas uma pós-realidade não democrática.

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SEMIÓTICA E A TEORIA DOS ATOS DE FALA: UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA PARA O PROBLEMA DAS FAKE NEWS

  • DOI: 10.22533/at.ed.9282106012

  • Palavras-chave: Fake news, pragmatismo, semiótica, Teoria dos Atos de Fala, pós-realidade.

  • Keywords: Fake news, pragmatism, semiotics, Speech Act Theory, post-reality.

  • Abstract:

    Pragmatism and semiotics were born simultaneously, in the second half of the 19th century, from the contributions of the American philosopher and logician Charles S. Peirce. Both were motivated by the need for a broader logic that could help clarify our socially shared ideas from the analysis of the consequences of their adoption by a community. The pragmatic theory of language, proposed by John Langshaw Austin a century later, intended to study how speech acts of ordinary language produce real effects, altering the world. We will first advocate that Peirce’s pragmatic semiotic and Austin pragmatic philosophy of language can be related in a productive way. We will then analyze fake news from this conjoint perspective, defining it as the utterance of a symbol aimed at breaking old beliefs and producing new ones. The object represented by fake news is not the real world or any part of it, but rather the expectation held by the utterer of fake news that some habit of actions will be internalized by the targeted public, even if contrary to its own interest or the general interest of society as a whole. We conclude that fake news are parasite symbols of our ordinary beliefs that become widespread through social media. In this sense, fake news is a cognitive weapon against the core of the western democratic tradition. The ultimate goal of fake news is not post-truth per se, but a non-democratic post-reality.

  • Número de páginas: 12

  • Anderson Vinicius Romanini
  • Márcia Pinheiro Ohlson
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