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SAÚDE SEXUAL DE HOMENS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO

Introdução: a saúde dos homens, incluindo aqueles que se envolvem em trabalho sexual, é frequentemente negligenciada, resultando em taxas de mortalidade mais elevadas e desafios para políticas públicas, especialmente considerando os riscos específicos enfrentados por profissionais do sexo. Objetivo: Investigou-se a saúde sexual de homens, procurando identificar quais informações na história clínica estariam mais relacionadas à prática do trabalho sexual. Métodos: Realizou-se um estudo caso- controle com 23 casos de trabalhadores sexuais masculinos e 149 controlos atendidos num Centro de Testagem e Aconselhamento em Teresina, Piauí. Foram recolhidos dados sociodemográficos, comportamentais sexuais, uso de substâncias lícitas e ilícitas e histórico urológico. A associação entre estas variáveis e o trabalho sexual foi determinada através de regressão logística. Esta pesquisa foi previamente aprovada pelo Comité de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UniFacid Wyden, sob o parecer 6.207.145. Resultados: A idade mediana foi de 30 anos, variando entre 17 e 62 anos. A maioria dos participantes era negra (77,2%) e proveniente da Grande Teresina (94,7%). O estudo revelou que a prática do trabalho sexual masculino em Teresina tem como fatores de risco independentes as relações homoafetivas (OR: 8,09; IC95%: 1,44-45,31), o não uso de preservativo (OR: 2,94; IC95%: 1,04-8,28), o histórico de gonorreia ou clamídia (OR: 6,59; IC95%: 1,28-33,94), a história de hematúria (OR: 4,57; IC95%: 1,05-19,86), os sintomas do trato urinário inferior de esvaziamento (OR: 3,39; IC95%: 1,08-10,67) e o uso de cocaína ou crack (OR: 15,14; IC95%: 2,44-93,72). Os trabalhadores do sexo também apresentaram taxas mais altas de paternidade (39,1% versus 19,7%). Conclusão: Determinados aspetos da história clínica de homens atendidos no Centro de Testagem e Aconselhamento de Teresina estão fortemente associados ao trabalho sexual, podendo orientar o rastreio desta prática. Estes achados reforçam a necessidade de ações focadas na saúde integral dos homens que praticam o trabalho sexual. Esta pesquisa apresenta limitações devido ao tamanho da amostra e ao uso de autorrelatos. São necessárias pesquisas futuras com amostras maiores e mais representativas.
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SAÚDE SEXUAL DE HOMENS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.82725190210

  • Palavras-chave: Saúde do Homem. Saúde Sexual. Profissionais do Sexo. Modelos Biopsicossociais. Fatores de risco.

  • Keywords: Men’s Health. Sexual Health. Sex Workers. Biopsychosocial Models. Risk Factors.

  • Abstract: Introduction: Men’s health, particularly for those involved in sex work, is frequently overlooked, resulting in higher mortality rates and significant public policy challenges. This is especially critical given the specific risks faced by sex workers. Objective: The sexual health of men was investigated to identify which aspects of their clinical history are most closely related to the practice of sex work. Methods: A case- control study was conducted with 23 male sex workers and 149 controls at a Testing and Counseling Center in Teresina, Piauí. Data on sociodemographics, sexual behavior, use of licit and illicit substances, and urological history were collected. The association between these variables and sex work was analyzed using logistic regression. This research was approved by the Research Ethics Committee of UniFacid Wyden 3 University Center under ethical approval number 6,207,145. Results: The median age was 30 years, ranging from 17 to 62 years. Most participants were Black (77.2%) and from the Greater Teresina area (94.7%). The study revealed that male sex work in Teresina has independent risk factors such as homoaffective relationships (OR: 8.09; 95% CI: 1.44-45.31), non-use of condoms (OR: 2.94; 95% CI: 1.04-8.28), history of gonorrhea or chlamydia (OR: 6.59; 95% CI: 1.28-33.94), history of hematuria (OR: 4.57; 95% CI: 1.05-19.86), lower urinary tract symptoms of voiding (OR: 3.39; 95% CI: 1.08-10.67), and use of cocaine or crack (OR: 15.14; 95% CI: 2.44-93.72). Sex workers also had higher rates of paternity (39.1% versus 19.7%). Conclusion: Certain aspects of the clinical history of men treated at the Teresina Testing and Counseling Center are strongly associated with sex work, providing valuable insights for screening this practice. These findings underscore the necessity for targeted actions addressing the comprehensive health of men engaged in sex work. However, this research is limited by the sample size and reliance on self-reports. Future studies with larger, more representative samples are required.

  • Djalma Ribeiro Costa
  • Evelyn Dominic Carvalho Sales
  • Paloma Fortes Almeida Barros
  • Rayanne Reis Sá Meireles Ferreira
  • Sávio Euclides Torres Araújo
  • Lucia Helena Rosa Ribeiro Freire
  • Maria Eduarda Costa Lira
  • Ana Beatriz Diogo Siqueira
  • Manoel Monteiro Neto
  • Kalyna Alves Peres
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