Saúde mental do trabalhador em instituição federal de ensino superior: Estratégias e fortalecimento do cuidado.
O registro de casos de pessoas que se ausentam de atividades laborais por sofrerem de enfermidades psíquicas vem crescendo ano após anos no Brasil, e ocupam a terceira posição entre as causas de concessão de benefícios previdenciários. Saúde mental é um tema relevante e está conquistando o âmbito de pesquisas em estudos organizacionais e gestão de pessoas. Neste contexto, muitas estratégias podem auxiliar na prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação da saúde mental do trabalhador. Christophe Dejours médico francês, sinaliza que é necessário estudar o sofrimento, pois ele é um requisito fundamental para se compreender o estado de luta em que o sujeito opera para sobreviver a problemas psíquicos e, a partir daí, esclarece o papel importante das intervenções preventivas que podem ser implantadas pelas organizações. Referente a essa temática dentro das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), fatores como a falta de transparência e participação na gestão, a limitação do poder de ação no desenvolvimento das atividades, dentre outros, prejudicam os processos de trabalho dos servidores Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), favorecendo o aparecimento de sofrimento mental. Ainda em relação ao tema, o Ministério da Saúde sinaliza que as intervenções relacionadas ao sofrimento psíquico devem ser concebidas na realidade do dia-a-dia do território, com as singularidades comunitárias em que o entendimento das estratégias dessa área se dá na compreensão do que vivenciam seus atores. Frente a essas reflexões, questiona-se: quais estratégias poderiam ser utilizadas em uma IFES ao lidar com o problema do sofrimento psíquico de servidores TAEs? Essa pesquisa busca compreender e identificar estratégias que podem ser adotadas em uma IFES para amenizar o problema do sofrimento psíquico de servidores TAEs. Utilizou-se do método qualitativo, através de um estudo de caso teórico-empírico, o qual buscou conhecer o trabalho destes servidores e compreender o panorama da saúde mental no contexto das IFES. Os resultados apontam que os principais fatores motivadores de conflitos e sofrimento mental são a sobrecarga, a competitividade, dificuldade nos relacionamentos interpessoais, falha na comunicação organizacional, desvios de função, medo e insegurança, entre outros. Para tratar desta temática, as ações devem ser orientadas por fatores como dimensionamento do trabalho, flexibilidade, capacitação gerencial, serviço de acolhimento, escuta e implantação de atividades voltadas para a Qualidade de Vida do Trabalhador. Esta pesquisa ainda aponta os benefícios da utilização de estratégias individuais e coletivas por parte dos trabalhadores, como atividades físicas, práticas alternativas como meditação, tratamento médico/terapêutico, entre outras para a saúde mental do trabalhador. Para finalizar, são apresentadas estratégias organizacionais combinadas como a criação de um espaço comunitário de fala e a implantação de uma política institucional, como medidas que podem ampliar o cuidado à saúde mental do trabalhador.
Saúde mental do trabalhador em instituição federal de ensino superior: Estratégias e fortalecimento do cuidado.
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DOI: 10.22533/at.ed.230220803
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Palavras-chave: Saúde Mental do Trabalhador. Sofrimento Psíquico. Técnicos-Administrativos em Educação. Instituição Federal de Ensino Superior.
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Keywords: Saúde Mental do Trabalhador. Sofrimento Psíquico. Técnicos-Administrativos em Educação. Instituição Federal de Ensino Superior.
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Abstract:
O registro de casos de pessoas que se ausentam de atividades laborais por sofrerem de enfermidades psíquicas vem crescendo ano após anos no Brasil, e ocupam a terceira posição entre as causas de concessão de benefícios previdenciários. Saúde mental é um tema relevante e está conquistando o âmbito de pesquisas em estudos organizacionais e gestão de pessoas. Neste contexto, muitas estratégias podem auxiliar na prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação da saúde mental do trabalhador. Christophe Dejours médico francês, sinaliza que é necessário estudar o sofrimento, pois ele é um requisito fundamental para se compreender o estado de luta em que o sujeito opera para sobreviver a problemas psíquicos e, a partir daí, esclarece o papel importante das intervenções preventivas que podem ser implantadas pelas organizações. Referente a essa temática dentro das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), fatores como a falta de transparência e participação na gestão, a limitação do poder de ação no desenvolvimento das atividades, dentre outros, prejudicam os processos de trabalho dos servidores Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), favorecendo o aparecimento de sofrimento mental. Ainda em relação ao tema, o Ministério da Saúde sinaliza que as intervenções relacionadas ao sofrimento psíquico devem ser concebidas na realidade do dia-a-dia do território, com as singularidades comunitárias em que o entendimento das estratégias dessa área se dá na compreensão do que vivenciam seus atores. Frente a essas reflexões, questiona-se: quais estratégias poderiam ser utilizadas em uma IFES ao lidar com o problema do sofrimento psíquico de servidores TAEs? Essa pesquisa busca compreender e identificar estratégias que podem ser adotadas em uma IFES para amenizar o problema do sofrimento psíquico de servidores TAEs. Utilizou-se do método qualitativo, através de um estudo de caso teórico-empírico, o qual buscou conhecer o trabalho destes servidores e compreender o panorama da saúde mental no contexto das IFES. Os resultados apontam que os principais fatores motivadores de conflitos e sofrimento mental são a sobrecarga, a competitividade, dificuldade nos relacionamentos interpessoais, falha na comunicação organizacional, desvios de função, medo e insegurança, entre outros. Para tratar desta temática, as ações devem ser orientadas por fatores como dimensionamento do trabalho, flexibilidade, capacitação gerencial, serviço de acolhimento, escuta e implantação de atividades voltadas para a Qualidade de Vida do Trabalhador. Esta pesquisa ainda aponta os benefícios da utilização de estratégias individuais e coletivas por parte dos trabalhadores, como atividades físicas, práticas alternativas como meditação, tratamento médico/terapêutico, entre outras para a saúde mental do trabalhador. Para finalizar, são apresentadas estratégias organizacionais combinadas como a criação de um espaço comunitário de fala e a implantação de uma política institucional, como medidas que podem ampliar o cuidado à saúde mental do trabalhador.
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Número de páginas: 120
- Thaís Emmanuelle Mesquita Hermes Faria