O presente trabalho se dedica

discutir aspectos que compõe a proposta

da sala de aula invertida e as possibilidades

de relações com o conhecimento advindas

dessa prática, no contexto das aulas de

Biologia da 2ª série do Ensino Médio, de uma

escola no Rio de Janeiro. Para tal, faremos

alguns apontamentos problematizando

duas questões: que elementos entram em

jogo na consolidação da aprendizagem dos

conhecimentos disciplinarizados pela Biologia

escolar? Em que medida a interlocução entre

método científico e a adoção de metodologias

ativas podem subverter a lógica de produção

do conhecimento escolar na Biologia? As

questões em tela, acenam que o entendimento

de que conhecimento científico e conhecimento

escolar têm suas próprias configurações

epistemológicas. E ainda, evidenciam que

apenas a ótica epistemológica não é suficiente

para a investigação das significações que o

conhecimento escolar assume no contexto da

sala de aula. Defendemos, pois, que embora seja

no processo de transformação da informação

em conhecimento que a aprendizagem seja

consolidada, a adoção de metodologias

ativas pode oferecer outras possiblidades

de ampliação, produção do conhecimento e

trazem outros contornos à epistemologia social

escolar. Pautamos nosso trabalho em diálogos

teórico-metodológicos com Charlot (2000) para

problematizar as diferentes formas de relações

com o saber em convergência com a proposta

de sala de aula invertida (MORAN,2015) que

filia-se às metodologias ativas. O conceito da

epistemologia social escolar (GABRIEL, 2006)

também é pano de fundo desse trabalho,

pois nos permite entender a complexidade

da constituição do conhecimento escolar

disciplinarizado e suas (re)configurações