Risco Património Partilhado na Amazónia Azul. Retrofit Projeto Gamboa de Baixo
Este artigo refere-se ao estudo do Centro Histórico (CHS) de Salvador da Bahia, no Brasil,
reconhecido como Património Mundial (critérios IV e V) pela UNESCO, com especial relevo a inédita
descoberta sobre o estabelecimento da LPM de 1831, para demarcação de terreno de marinha
em áreas de gamboa e distinção entre o uso público e privado no Brasil. No entorno há ruínas de
fortificação militar com valor universal excecional em edificações históricas doadas à Ordem
Beneditina pelo colono português Gabriel Soares de Sousa, que viraram área da especulação
imobiliária, esbulho violento para projetos de desenvolvimento regional voltados para o turismo
náutico de alto padrão e processo de gentrificação. Já a as terras das Camboa de pesca foram dadas
por sesmaria a um dos primeiros portugueses a se estabelecer na Bahia, Diogo Álvares Correa
popularmente conhecido como o Caramuru que casou com a filha do indio Taparica, batizada de
Catarina Paraguaçu que teria sido não apenas a primeira mulher indígena, mas a primeira mulher da
história brasileira a aprender a ler e a escrever. Este trabalho foi iniciado quando da proximidade da
efeméride dos 200 anos da Independência do Brasil e da importância do projeto da Gamboa de Baixo
no CHS, que no prisma desta pesquisa foi e como o tema não se esga em si, também deve sempre ser
analisado em contexto histórico, jurídico e técnico, objetivando resgatar memotórias, confrontar
estudos e pressupostos que influenciam a tomada de decisões da salvaguarda do Património
Mundial UNESCO. A metodologia versou em pesquisa de campo, revisões bibliográficas (sui generis),
fontes secundárias, legislações, revistas, topografias, relatórios do Estado, referências manuscritas,
Livros de Tombo e materiais mais recentes para buscar contextos históricos, razões teóricas,
técnicas, estratégicas, jurisprudências e modelos de partilhas. Como resultado, pretende-se
preencher lacunas e oferecer contributos à comunidade científica através de proposta de “retrofit”
transformador de ameaças que reduzam o grau de proteção daquilo que havia sido determinado em
decisão com a UNESCO.
Risco Património Partilhado na Amazónia Azul. Retrofit Projeto Gamboa de Baixo
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.923112518034
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Palavras-chave: Património partilhado; Esbulho; Gamboa; Retrofit; Amazónia Azul; Influência Portuguesa; Terreno de Marinha.
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Keywords: -
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Abstract: -
- Christiano Bomfim