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RISCO DE DEMÊNCIA ASSOCIADO AO CONSUMO DE INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES

Introdução: Os Inibidores da Bomba de Protões são fármacos que inibem a produção de ácido gástrico, por inibição da ATPase H+/ K+ das células parietais do estômago.

Os Inibidores da Bomba de Protões são para ser utilizados durante o menor intervalo de tempo possível e na dose mínima eficaz, devendo-se recorrer a uma reavaliação periódica da necessidade de tratamento. Apesar destes pressupostos para a sua utilização, existem exemplos de pessoas que utilizam estes fármacos de forma contínua por iniciativa própria ou por indicação médica, surgindo então a necessidade de perceber quais os riscos inerentes a esta utilização massiva e não fundamentada dos Inibidores da Bomba de Protões.

Estima-se que a prevalência de demência irá atingir as 80 milhões de pessoas até ao ano de 2040. Está documentado que o risco de demência afeta maioritariamente idosos, tornando-se interessante efetuar uma ligação entre o surgimento desta doença e a sua medicação diária uma vez que, na grande maioria são polimedicados. Está comprovado que os Inibidores da Bomba de Protões são capazes de atravessar a Barreira Hematoencefálica e, consequentemente alterarem o pH a nível cerebral.

Objectivo: Averiguar se o consumo de Inibidores da Bomba de Protões está associado ao aumento do risco de demência.

Metodologia: Revisão da literatura de artigos científicos publicados em língua inglesa, espanhola ou portuguesa, que abordam o tema.

Resultados: Em 1997 surgiram os primeiros relatos de desordens graves no Sistema Nervoso Central durante o tratamento com um Inibidor da Bomba de Protões. Após a descontinuação do tratamento observou-se uma reversão da sintomatologia, o que permitiu a criação de uma ligação do efeito adverso reportado e a toma do fármaco em causa. Em 2013, foi publicado o primeiro estudo que relata uma possível associação entre a toma de um Inibidor da Bomba de Protões e o aumento da produção de β amiloide, em culturas celulares e em animais.

Conclusão: Os resultados não permitem afirmar que existe um aumento do risco de demência consequente da toma de Inibidores da Bomba de Protões, contudo, foi possível analisar diferentes efeitos secundários destes fármacos que explicam de que forma se pode estabelecer esta relação de causa-efeito. Os estudos publicados apresentam algumas incertezas e risco de viés.

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RISCO DE DEMÊNCIA ASSOCIADO AO CONSUMO DE INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES

  • DOI: 10.22533/at.ed.04422171014

  • Palavras-chave: Inibidores da Bomba de Protões; Demência; Efeitos Adversos; Uso Prolongado

  • Keywords: Proton Pump Inhibitors; Dementia; Adverse effects; Prolonged Use.

  • Abstract:

    Introduction: Proton Pump Inhibitors are drugs that inhibit the production of gastric acid, by inhibiting the ATPase H+/K+ of the parietal cells of the stomach. Proton Pump Inhibitors are to be used for the shortest possible time and at the lowest effective dose, with periodic reassessment of the need for treatment. Despite these assumptions for its use, there are examples of people who use these drugs continuously by their own initiative or by medical indication, so there is a need to understand the risks inherent in this massive and unsubstantiated use of Proton Pump Inhibitors. It is estimated that the prevalence of dementia will reach 80 million people by the year 2040. It is documented that the risk of dementia affects mainly the elderly, making it interesting to establish a link between the onset of this disease and its daily medication as a since the vast majority are polymedicated. It is proven that Proton Pump Inhibitors can cross the Blood-Brain Barrier and, consequently, change the pH at the brain level.

    Objective: To investigate whether consumption of Proton Pump Inhibitors is associated with an increased risk of dementia.

    Methodology: Literature review of scientific articles published in English, Spanish or Portuguese that address the topic.

    Results: In 1997, appeared the first reports of serious disorders in the Central Nervous System during treatment with a Proton Pump Inhibitor. After discontinuation of treatment, a reversal of symptoms was observed, which allowed the creation of the relationship between the reported adverse effect and the taking of the drug. In 2013, the first study was published that reports a possible association between taking a Proton Pump Inhibitor and increased production of β amyloid, in cell cultures and in animals.

    Conclusion: The results do not allow us to state that there is an increased risk of dementia resulting from the use of Proton Pump Inhibitors, however, it was possible to analyze different side effects of these drugs that explain how this cause-effect relationship can be established. Published studies have some uncertainties and risk of bias.

  • Zélia Barbosa
  • Adriana Gomes
  • Ana Paula Fonseca
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