As dimensões do sono e da religiosidade estão inter-relacionadas, impactando diretamente o bem-estar do indivíduo. Os mecanismos envolvem a ação mediadora da religião sobre a saúde mental; hábitos de vida e rituais saudáveis; técnicas de meditação e relaxamento. Evidências clínicas indicam que a prática religiosa contribui para a melhora da saúde mental ao mitigar sintomas de depressão e ansiedade, os quais, por sua vez, estão diretamente associados à insônia e a outros distúrbios do sono. Por outro lado, uma crise de fé, falta de sentido de vida e escassez de valores espirituais levam a uma piora da qualidade do sono. Instrumentos de avaliação, como os modelos FICA e HOPE e o Checklist de Sofrimento Espiritual, permitem uma abordagem clínica mais sensível à dimensão espiritual do paciente. A religiosidade influencia positivamente diferentes grupos populacionais — incluindo idosos, estudantes, pessoas em situação de rua, gestantes e pacientes com doenças crônicas ou neurológicas —, favorecendo o equilíbrio emocional e o repouso reparador. Práticas devocionais, como oração e meditação, estimulam o relaxamento fisiológico, contribuem para a redução dos níveis de cortisol e reforçam hábitos de vida saudáveis. Assim, a integração da espiritualidade no cuidado clínico e psicossocial revela-se uma estratégia complementar promissora na promoção da saúde do sono e na melhoria da qualidade de vida.