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capa do ebook Religião e esfera pública: os risco da violação da neutralidade do Estado laico

Religião e esfera pública: os risco da violação da neutralidade do Estado laico

As duas teses centrais de Carl Smith

em Politische Theologie (1922) são: “soberano

é quem decide sobre o estado de exceção” e

“todos os conceitos expressivos da doutrina

do Estado moderna são conceitos teológicos

secularizados”. Uma das implicações dessas

teses seria considerar as religiões como um

poder soberano fundado na exceção e, portanto,

independente dos sistemas políticos e jurídicos

do Estado. As religiões teriam um direito natural

com validade universal para além das fronteiras

nacionais, sem mecanismos morais e jurídicos

para regular seus conflitos, exceto a violência.

No contexto atual de sociedades multiculturais,

o espaço público da discussão política só pode

ser compartilhado de forma justa através de um

Estado laico, comprometido a garantir todas

as crenças religiosas. Seria o poder político

regulado juridicamente pelo consenso entre

os homens. Habermas, com o seu conceito

de sociedade pós-secular, apresenta uma

sociedade plural, na qual o sagrado não pode

mais ser radicalmente separado do convívio

político entre as pessoas, como se imaginava

nos projetos de secularização do início da

modernidade. No entanto, o Estado laico

continua a ser a garantia fundamental da justiça

e da resolução não-violenta de conflitos nas

sociedades pós-seculares. O objetivo desta

pesquisa é, a partir dos conceitos de teologia

política e sociedade pós-secular considerar os

riscos que representam as tentativas de violação

de neutralidade do Estado laico. Para realizar

esse objetivo vamos analisar a PEC 99/2011

que autoriza as igrejas a questionarem regras

ou leis junto ao Supremo Tribunal Federal.

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Religião e esfera pública: os risco da violação da neutralidade do Estado laico

  • DOI: 10.22533/at.ed.68119240115

  • Palavras-chave: Habermas; Estado laico; religião; sociedade pós-secular; conflitos.

  • Keywords: Habermas; Laic State; religion; post-secular society; conflicts

  • Abstract:

    The two central theses of Carl Smith

    in Politische Theologie (1922) are: “sovereign is

    the one who decides on the state of exception”

    and “all expressive concepts of the doctrine of

    the modern state are secularized theological

    concepts.” One implication of these theses

    would be to regard religions as a sovereign

    power founded on the exception and therefore

    independent of the political and legal systems of

    the state. Religions would have a natural right

    with universal validity beyond national borders,

    without moral and legal mechanisms to regulate

    their conflicts, except violence. In the current

    context of multicultural societies, the public

    space of political discussion can only be fairly

    Teologia das Religiões Capítulo 15 154

    shared through a secular state, committed to guaranteeing all religious beliefs. It would

    be the political power legally regulated by consensus among men. Habermas, with

    his concept of a post-secular society, presents a plural society in which the sacred

    can no longer be radically separated from political conviviality among citizen, as was

    imagined in the projects of secularization of the beginning of modernity. However, the

    secular state remains the fundamental guarantee of justice and non-violent resolution

    of conflicts in post-secular societies. The objective of this paper is, from the concepts

    of political theology and post-secular society, to consider the risks represented by

    attempts to violate the neutrality of the secular state. To accomplish this goal we will

    analyze PEC 99/2011 that authorizes churches to question rules or laws in the Federal

    Supreme Court.

     

  • Número de páginas: 15

  • SERGIO MURILO RODRIGUES
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