RELACIONAMENTOS AMOROSOS DE ADOLESCENTES E A INTERNET
Este artigo objetiva discutir como
se estabelecem as relações amorosas dos
adolescentes com a internet. A adolescência
compreendida como uma fase da vida é
uma construção social. Ela também pode ser
pensada como um tempo lógico, de elaboração
psíquica da puberdade, em que o sujeito vive
suas primeiras experiências afetivo-sexuais,
que participam na organização de sua vida e
construção subjetiva. Atualmente, a liquefação
dos laços sociais afeta os relacionamentos
amorosos, desvalorizando sentimentos e
incentivando a experimentação sexual livre
e descompromissada. Os adolescentes,
inseridos nesta lógica, usam a internet como
base de experimentação de suas identidades,
vivenciando novas formas de sociabilidade,
incluindo a busca por relacionamentos
afetivos. A presença da virtualidade introduz
uma nova forma de presença, que tem efeitos
sobre a subjetividade. Realizamos entrevistas
semiestruturadas com adolescentes de 18
anos, universitários, de ambos os sexos,
residentes em Belo Horizonte. Trabalhamos
com estes sujeitos por acreditarmos que são
mais permeáveis à busca de alternativas
nas relações amorosas. As fronteiras entre
o público e o privado nos relacionamentos
amorosos apareceram como uma questão para
os jovens e refletiram as implicações subjetivas
que envolvem a publicização da vida amorosa.
Constatamos que a noção de amor permanece
idealizada para os jovens e os recursos da
virtualidade não são suficientes para contornar
as dificuldades da vida amorosa. Os desafios
inerentes aos relacionamentos amorosos,
sejam presenciais ou virtuais, aparecem nos
discursos dos entrevistados, apontando-nos
tanto para a repetição quanto para a inovação
na vivência amorosa contemporânea.
RELACIONAMENTOS AMOROSOS DE ADOLESCENTES E A INTERNET
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DOI: 10.22533/at.ed.92019260426
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Palavras-chave: Adolescência, internet, relações amorosas.
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Keywords: Adolescence, internet, love relationships.
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Abstract:
This article aims to discuss how
adolescents’ love relationships with Internet
are established. Adolescence understood as
a phase of life is a social construction. It can
also be thought of as a logical time of psychic
elaboration of puberty, in which the subject lives his first affective-sexual experiences,
which participate in the organization of his life and subjective construction. Currently,
the liquefaction of social bonds affects love relationships, devaluing feelings and
encouraging free and uncompromising sexual experimentation. Adolescents, inserted
in this logic, use internet as a basis for experimentation of their identities, experiencing
new forms of sociability, including the search for affective relationships. The presence
of virtuality introduces a new form of presence, which has effects on subjectivity. We
conducted semi-structured interviews with 18-year-olds, university students, of both
sexes, residing in Belo Horizonte. We work with these subjects because we believe that
they are more permeable to search for alternatives in love relationships. The boundaries
between public and private in love relationships appeared as an issue for young people
and reflected subjective implications that involve publicity of love life. We find that the
notion of love remains idealized for young people and the resources of virtuality are not
sufficient to circumvent the difficulties of the love life. The challenges inherent to love
relationships, whether face-to-face or virtual, appear in the interviewees’ speeches,
pointing to both repetition and innovation in contemporary love living.
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Número de páginas: 15
- Nádia Laguárdia de Lima
- Jacqueline de Oliveira Moreira
- Márcia Stengel