O objetivo do presente

painel é apresentar e discutir os resultados

de três pesquisas que tem como interfaces

as repercussões para a prática pedagógica

no Acre da reforma educacional ocorrida no

Brasil a partir dos anos 1990. O primeiro artigo

discute a negação do professor no Centro

de Educação Profissional e Tecnológico –

Roberval Cardoso. O exame do Projeto Político

Pedagógico da Escola, assim como, as falas

dos professores a partir do referencial teórico

crítico fundamentado em Duarte (2004), Saviani

(1991, 2008 e 2014), Frigotto (2012), Ramos

(2001) e Manacorda (1992 e 2008), possibilitou

compreender que a negação do professor

pela Escola decorre da assimilação acrítica

do hibridismo de concepções imanentes da

abordagem teórica dos documentos oficiais

do Ministério da Educação, disseminados

pela reforma educacional ocorrida no Brasil a

partir dos anos 1990. O segundo artigo visa

responder ao seguinte problema: A organização

do tempo pedagógico tem privilegiado a

realização de atividades diretamente vinculadas

às finalidades clássicas da educação escolar?

Essa pesquisa fundamentou-se no método

dialético, partindo da premissa que o tempo

histórico e pedagógico é uma construção social,

cujos autores de referência foram: Marx (1983),

Kosik (2010), Tonet (2006), Saviani (2007,

2011), Libâneo (2010, 2014, 2015), Pimenta

(2002), Freitas (1992) e Faria (2011). A terceira

pesquisa analisa criticamente o programa de

correção de fluxo desenvolvido pela Secretaria

de Estado de Educação do Acre e a Fundação

Roberto Marinho denominado Projeto Poronga,

que objetiva eliminar a distorção idade-série no

ensino fundamental. A pesquisa referenciouse

na abordagem dos ciclos de políticas de

Ball e Bowe (1992; 1994), a partir do qual foi

possível compreender que o Projeto Poronga

possibilitou a diminuição da distorção idadesérie

no segundo ciclo do ensino fundamental,

contudo, não possibilita atingir as suas causas,

notadamente a reprovação e o abandono

escolar.