A alta incidência de internações psiquiátricas (involuntárias/compulsórias) de adolescentes em uso abusivo de SPAs, observada na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), revela uma contradição ética e legal com o projeto antimanicomial. Esta prática excludente gera estigma e compromete a adesão ao tratamento ambulatorial. O estudo teve como objetivo analisar a Redução de Danos (RD) como estratégia de cuidado capaz de prevenir internações psiquiátricas e melhorar o vínculo terapêutico. De natureza qualitativa, a pesquisa bibliográfica e documental (1994-2025) demonstrou a tensão histórica entre a legislação progressista e a persistente lógica proibicionista, que opera com base no moralismo e na criminalização da juventude, prejudicando o vínculo terapêutico. O estudo conclui que a RD é o principal alinhamento ético e legal ao projeto antimanicomial e a forma mais eficaz de cuidado em liberdade e intersetorial. Para os trabalhadores da saúde, a adoção da RD é uma práxis ética transformadora, indispensável para a defesa dos direitos humanos, a superação do preconceito e a promoção da justiça social nesse campo.