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Redes sociais e liberdade: uma análise comportamental dos impactos das plataformas digitais

A partir da criação da web, as práticas de convivência virtual se mantiveram crescentes. E, desde que surgiram, as redes sociais são promovidas como potencializadoras da liberdade, por proporcionarem oportunidades de expressão, conectividade, visibilidade, renda, entre outros. Por outro lado, especialistas e ativistas afirmam que elas geram efeitos significativamente antagônicos à liberdade, visto que estão gradualmente invadindo importantes áreas da vida pública e privada. Conforme B. F. Skinner, a literatura da liberdade propagada culturalmente é muito objetiva e não divulga uma filosofia da liberdade, apenas meios de condutas, induzindo as pessoas a “agir para se ter liberdade". E, sem a análise do comportamento, tende-se a não compreender sobre o conceito de liberdade da perspectiva comportamental, podendo interferir na autonomia e na busca por direitos. Portanto, objetivou-se demonstrar, com base na conceituação de liberdade da análise do comportamento de B. F. Skinner, quais são os impactos das Redes Sociais para a liberdade das pessoas. E, para isso,  foi realizado um estudo teórico exploratório, de abordagem qualitativa. Foram realizadas análises comportamentais, de curto e longo prazo, das consequências do uso de redes sociais, a partir do estudo de suas lógicas de funcionamento, as quais se organizam em quatro princípios norteadores (programabilidade, popularidade, conectividade e dataficação) e com base em quatro variáveis determinantes comportamentais (acessibilidade, conectividade, feedbacks sociais e popularidade). Como resultado, verificou-se que, acurto prazo, o uso de redes sociais gera sentimentos de liberdade devido à diversas facilidades e oportunidades que elas podem proporcionar. Porém, os dados obtidos a partir da revisão de literaturas indicam que, a longo prazo, o uso de redes sociais reforça o modelo hierárquico social, podem causar vício, deterioramento de qualidades relacionadas ao bem-estar como malefícios à saúde mental, podem ser prejudiciais para a humanização e interferir em questões políticas. Consequentemente, pôde-se concluir que as publicidades das redes sociais evidenciam as vantagens das plataformas como meios de potencialização da liberdade enquanto ocultam as consequências desvantajosas de longo prazo de sua utilização. Isso contribui para o adiamento de discussões sobre os seus efeitos negativos, que são relevantes para a sociedade contemporânea e que, consequentemente, podem afetar substancialmente o autoconhecimento dos usuários. De acordo com a perspectiva da análise do comportamento, só existe liberdade quando há autoconhecimento, de modo que se possa planejar e arranjar contingências de reforço do próprio comportamento. E, portanto, pode-se inferir que, a curto prazo, as redes sociais podem gerar sentimentos de liberdade, mas a real existência de liberdade sempre será limitada e depende necessariamente de conhecimentos sobre como o seu uso pode afetar a si próprio e da capacidade de autocontrole. 

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Redes sociais e liberdade: uma análise comportamental dos impactos das plataformas digitais

  • DOI: 10.22533/at.ed.686220610

  • Palavras-chave: análise do comportamento; liberdade; redes sociais.

  • Keywords: behavioral analysis; freedom, social network.

  • Abstract:

    Since the advent of the web, virtual practices are crescent. And, since social networks emerged, they have been promoted as freedom booster tools, by providing opportunities for expression, connectivity, visibility, income, and others. However, specialists and activists affirm that social media are responsible for massive antagonistic effects, which impacts on freedom once invading all important areas of public and private life. According to B. F. Skinner, the cultural literature of freedom is very objective and does not disseminate a philosophy of freedom, only action strategies, inducing people to “act for freedom”. And, without the behavioral analysis, people tend not to understand about the concept of freedom from the behavioral perspective, which interferes in one´s autonomy and within the scope of own rights. Therefore, this exploratory theorical study aimed to demonstrate, based on the B. F. Skinner´s behavioral conceptualization of freedom, what are the impacts of social networks on people´s freedom from a qualitative approach, by analyzing the long-term and short-term consequences of social media usage, with are organized in four principals (programmability, popularity, connectivity and datafication) and based in four behavioral determinant variables (accessibility, connectivity, social feedbacks, and popularity). As result, it was found that, in the short-term, social media usage provides feelings of freedom due to the various facilities and opportunities they can provide. Although, in the long-term those platforms reinforce the social hierarchical model, can cause addiction, deterioration of qualities related to well-being such as harm to mental health, can be harmful to humanization and can also interfere in political issues. Consequently, it can be concluded that social media publicity highlights the advantages of platforms as a means of enhancing freedom while hiding the disadvantageous long-term consequences of their usage. And this impacts by postponing discussions about its negative effects, which are relevant to contemporary society and that, consequently, can substantially affect user´s self-knowledge. According to the behavioral analysis perspective, a person´s freedom only depends on self-knowledge and the capacity of planning and arranging contingencies of reinforcement of one´s own behavior. And, therefore, it´s inferable that, in the short-term, social media can provide feelings of freedom, but the real existence of freedom will always be limited and necessarily depends on one´s knowledges about how it´s usage impacts in their own behaviors and in one's capacity of self-control.

  • Número de páginas: 52

  • Ana Clara Falcão de Oliveira Almeida
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