REDE ECOLÓGICA URBANA
As Unidades de Conservação (UCs) têm sido implantadas para preservar os remanescentes de vegetação nativa, possuindo papel fundamental para conservação da biodiversidade. Para que UCs sejam potencialmente eficientes devem estar conectadas a demais UCs e/ou demais fragmentos na paisagem antrópica, sendo a permeabilidade da matriz também fator imperativo na dispersão de espécies, sementes e pólens. O objetivo do estudo foi delinear uma rede ecológica entre UCs inseridas em uma paisagem urbana. Técnicas de geoprocessamento e da Teoria dos Grafos foram utilizadas para avaliação da conectividade funcional entre as UCs. As aves florestais endêmicas da Mata Atlântica foram utilizadas como espécies-focais. Informações de suas capacidades de dispersão provieram da consulta a especialistas e resultaram em uma matriz de impedância. A simulação do movimento das espécies-focais na paisagem resultou nos caminhos das ligações-ótimas (CLOs) que desenharam a rede ecológica urbana. Os CLOs foram caracterizados em relação ao uso e cobertura do solo considerando uma faixa de 100m de largura. Os valores de impedância atribuídos a cada tipo de uso de cobertura do solo, representando as espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica, foram iguais a um quando creditados aos remanescentes protegidos de floresta nativa. Os maiores valores de impedância (100) foram atribuídos as áreas urbanas e áreas de mineração. Foram 136 ligações compostas majoritariamente por remanescentes florestais (61,3%) e campos antrópicos de vegetação pioneira (21%). As zonas ripárias formam corredores naturais que muitas vezes fazem parte dos CLOs. A promoção da conectividade entre UCs em paisagem antrópica depende de ações não só de conservação, mas de restauração e/ou mudanças na permeabilidade da matriz. A conexão entre UCs, feita por redes ecológicas, deve ser implementada como estratégia de conservação nas cidades frente à atual era de expansão urbana.
REDE ECOLÓGICA URBANA
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DOI: 10.22533/at.ed.18321120512
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Palavras-chave: Unidades de Conservação; Planejamento urbano; Teoria dos Grafos.
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Keywords: Protected Areas; Urban planning; Graph Theory.
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Abstract:
Protected Areas (PAs) have been implemented to preserve the remnants of native vegetation, playing a fundamental role in biodiversity conservation. For PAs to be potentially efficient, they must be connected to other PAs and/or other remnants in the anthropic landscape, with the matrix permeability being an imperative factor in the dispersion of species, seeds, and pollens. The objective of this study was to delineate an ecological network among PAs in an urban landscape. Geoprocessing and Graph Theory techniques were used to assess functional connectivity among PAs. The focus species used were forest birds, which are endemic to the Atlantic Forest. The information about dispersion capabilities came from the consultation of experts and resulted in a resistance surface. The dispersion model simulation in the landscape resulted in the least-cost path (LCP) and designed the urban ecological network. The LPC was characterized regarding land use and land cover considering a 100m-buffer. The resistance values for each land-use/land-cover, representing endemic bird species of the Atlantic Forest, were equal to one for the native forest located within the PAs. Urban and mining areas received the highest resistance values (100) to urban and mining areas. The LCPs were designed by 136 connectors, mostly by native forest (61.3%) and anthropic grasslands (21%). The riparian forests are an essential part of the LCP. The promotion of connectivity among PAs in an anthropic landscape needs the effectiveness of ecological restoration and/or conservation actions and increase in matrix permeability. The connection between PAs by ecological networks must be implemented as a conservation strategy in cities concerning the current era of urban expansion.
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Número de páginas: 15
- Kaline de Mello
- Roberta Averna Valente
- Marina Pannunzio Ribeiro