RECOMENDAÇÕES SOBRE O USO DE TERAPIA BIOLÓGICA PARA TRATAMENTO DE PSORÍASE DURANTE A GRAVIDEZ
INTRODUÇÃO: Medicamentos imunobiológicos são moléculas que bloqueiam, neutralizam ou antagonizam alvos da inflamação. Nas doenças dermatológicas imunomediadas, como a psoríase, o desenvolvimento de terapias imunobiológicas tem sido promissor. No entanto, pouco se sabe sobre a segurança destas em gestantes. OBJETIVO: Avaliar o uso de terapia biológica no tratamento da psoríase durante a gravidez.
METODOLOGIA: Foi feita uma revisão bibliográfica utilizando os descritores "psoríase", "gravidez" e "terapia biológica" em uma base de dados. Foram encontrados 33 artigos, dos quais 20 foram selecionados com base em critérios de inclusão/exclusão. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A revisão da literatura mostrou que a molécula mais utilizada na terapia imunológica para psoríase é a IgG1, que possui a capacidade de atravessar a placenta. No entanto, o Certolizumabe pegol, um inibidor do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) que não possui a porção Fc, mostrou-se seguro na gestação por não atravessar a barreira placentária.
Por outro lado, inibidores do TNF-α, como adalimumabe, etanercepte, golimumabe e infliximabe, e inibidores da IL-12/23 e IL-17 podem ser transmitidos ao feto. No entanto, ainda faltam estudos que determinem o risco e a transmissibilidade fetal dessas classes de medicamentos.
A orientação às gestantes com psoríase é fundamental para garantir a continuidade do tratamento com terapias biológicas durante o primeiro e segundo trimestre. No terceiro trimestre, é necessário avaliar os riscos e benefícios, individualizando cada caso.
CONCLUSÃO: O manejo das gestantes com psoríase em uso de medicamentos imunobiológicos está em constante avanço. Atualmente, apenas o Certolizumabe pegol é aprovado para uso em gestantes no Brasil, devido à ausência de transferência transplacentária. Para os demais medicamentos, a transferência de IgGs ocorre principalmente a partir do terceiro trimestre. Portanto, o uso dessas terapias em gestantes deve ser individualizado, considerando o perfil do paciente e a gravidade da psoríase.
RECOMENDAÇÕES SOBRE O USO DE TERAPIA BIOLÓGICA PARA TRATAMENTO DE PSORÍASE DURANTE A GRAVIDEZ
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DOI: 10.22533/at.ed.90623270923
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Palavras-chave: Psoríase, Gravidez, Terapia Biológica
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Keywords: Psoriasis, Pregnancy, Biological Therapy
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Abstract:
INTRODUCTION: Immunobiological drugs are molecules that block, neutralize or antagonize targets of inflammation. In immune-mediated dermatological diseases, such as psoriasis, the development of immunobiological therapies has been promising. However, little is known about their safety in pregnant women.
OBJECTIVES: Evaluate the use of biological therapy in the treatment of psoriasis during pregnancy.
METHODOLOGY: A literature review was carried out using the descriptors "psoriasis", "pregnancy" and "biological therapy" in a database. 33 articles were found, of which 20 were selected based on inclusion/exclusion criteria.
RESULTS / DISCUSSION: The literature review showed that the most used molecule in immunological therapy for psoriasis is IgG1, which has the ability to cross the placenta. However, Certolizumab pegol, an inhibitor of tumor necrosis factor alpha (TNF-α) that lacks the Fc portion, proved to be safe during pregnancy because it does not cross the placental barrier.
On the other hand, TNF-α inhibitors such as adalimumab, etanercept, golimumab and infliximab, and IL-12/23 and IL-17 inhibitors can be transmitted to the fetus. However, there is still a lack of studies that determine the risk and fetal transmissibility of these classes of drugs.
Guidance for pregnant women with psoriasis is essential to ensure continuity of treatment with biological therapies during the first and second trimester. In the third trimester, it is necessary to assess the risks and benefits, individualizing each case.
CONCLUSION: The management of pregnant women with psoriasis using immunobiological drugs is constantly advancing. Currently, only Certolizumab pegal is approved for use in pregnant women in Brazil, due to the lack of transplacental transfer. For the other drugs, the transfer of IgGs occurs mainly from the third trimester. Therefore, the use of these therapies in pregnant women should be individualized, considering the patient's profile and the severity of psoriasis.
- Isabelle Livolis Costa
- Matheus Maia Silva
- Victor Dias Roviello
- Beatriz de Carvalho Souza
- Andreia Castanheiro da Costa