Rap, a luz da quebrada
Em “Rap, a luz da quebrada” analiso
a ideia de que “o rap é [...] a luz da periferia, a
luz dos caras” (Mano Brown, 2014). Ao longo da
trama, mostro como os rappers se colocaram
como lideranças, portadores de certas verdades
e conhecedores do caminho adequado, sendo
o farol que aponta a direção correta dentro do
emaranhado de contradições e perigos que é
a vida social. Eles, então, encararam o papel
de sujeitos (messiânicos?) capacitados para,
a partir de suas músicas, educar o povo —
ou, mais do que isso, salvá-lo. A força desse
pensamento “iluminador” acabou criando
modos de pensar e agir dotados do poder
de caracterizar e delimitar a prática cultural
rap, convertendo-se em pivô de uma patrulha
ideológica que queria que todos respondessem
aos mesmos valores.
Rap, a luz da quebrada
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DOI: 10.22533/at.ed.2642017015
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Palavras-chave: música rap, práticas culturais, representações de si
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Keywords: rap music, cultural practices, self-representations
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Abstract:
In this text I analyze how rappers
posed themselves as carriers of certain truths
about life and society, understanding themselves
as subjects capable of pointing the right direction
within the tangle of contradictions and dangers
that is social life. So they believed that through
their music they could educate the people - or,
more than that, save them. The power of this
“enlightening” thinking eventually created ways
of thinking and acting endowed with the power
to characterize and delimit cultural rap practice,
becoming the pivot of an ideological patrol that
wanted everyone to respond to the same values.
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Número de páginas: 14
- Roberto Camargos