QUEM ESCOLHE O QUE VOCÊ LÊ? O IMPACTO DA PLATAFORMIZAÇÃO DA SOCIEDADE NO CONSUMO DE NOTÍCIAS
Neste artigo, propomos uma reflexão acerca dos impactos da plataformização da sociedade no consumo de notícias, problematizando a questão sob a lógica opaca do funcionamento algorítmico. A ascensão da Sociedade da Plataforma pode ser caracterizada por uma série de confrontos entre diferentes sistemas de valor, em que se busca o equilíbrio entre os interesses públicos e privados. Mais do que ferramentas tecnológicas, as plataformas estão infiltradas nas rotinas cotidianas de bilhões de usuários que, através delas, executam inúmeras atividades com exposição de dados e hábitos – e dessa forma, monitorando, coletando, organizando e distribuindo dados coletados em todas essas atividades, as plataformas moldam a forma como vivemos e como a sociedade está organizada (VAN DIJCK, POELL e DE WALL, 2018). Um dos primeiros setores da sociedade impactados pela internet foi o de notícias, transformadas com desenvolvimento de plataformas online no final dos anos 90, com o surgimento de mecanismos de busca, agregadores de notícias e sites de anúncios classificados, uma jornada de desagregação e reorganização de conteúdo de notícias, audiências e publicidade, uma vez que os modelos tradicionais de distribuição e receita de notícias tiveram que se reinventar. O poder da comunicação online está na mão das plataformas chamadas de Big Five: Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft, empresas que agenciam as notícias publicadas e consumidas por usuários, enquanto não operam com as responsabilidades das empresas de mídia. A cultura da conectividade e a plataformização da sociedade são sistemas entre pessoas e máquinas, consumidores, produtores, usuários e proprietários, em meio a um fenômeno que se forma e se transforma incessantemente. É preciso seguir pesquisando e refletindo sobre a relação entre jornalismo e leitor, sobre as novas dinâmicas do interesse público e o poder de agenciamento das plataformas sobre as notícias que consumimos.
QUEM ESCOLHE O QUE VOCÊ LÊ? O IMPACTO DA PLATAFORMIZAÇÃO DA SOCIEDADE NO CONSUMO DE NOTÍCIAS
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DOI: 10.22533/at.ed.6442009096
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Palavras-chave: Algoritmos. Comunicação. Jornalismo. Mídias digitais. Plataformização.
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Keywords: Algorithms. Communication. Journalism. Digital media. Platform
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Abstract:
In this article, we bring a review on the impacts of platform society on news consumption, problematizing the subject under the opaque logic of how algorithms function. The rise of the Platform Society can be characterized by a series of confrontations between different value systems, in which the balance between public and private interests is sought. More than technological tools, platforms are infiltrated in the daily routines of billions of users who, through them, perform countless activities with exposure of data and habits - and in this way, monitoring, collecting, organizing and distributing data collected in all these activities, platforms shape the way we live and how society is organized (VAN DIJCK, POELL and DE WALL, 2018). One of the first sectors of society impacted by the internet was News, transformed with the development of online platforms in the late 90s, with the appearance of search engines, news aggregators and classified ad sites, a journey of disaggregation and reorganization of news content, audiences and advertising, since traditional news distribution and revenue models have had to reinvent themselves. The power of online communication is in the hands of platforms called the Big Five: Google, Apple, Facebook, Amazon and Microsoft, companies that manage the news published and consumed by users, while are not hold responsible as media companies. The culture of connectivity and the platform society are systems between people and machines, consumers, producers, users and owners, in the midst of a phenomenon that is constantly being formed and transformed. It is necessary to continue researching and reflecting on the relationship between journalism and the reader, on the new dynamics of public interest and the agency's power of platforms on the news we consume.
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Número de páginas: 9
- Sandra Portella Montardo
- Cristina S. Pacheco