A OMS considera a questão do

suicídio um fenômeno global. Dados do SIM,

Sistema de Informação sobre Mortalidade

criado pelo DATASUS, apontam que os índices

de mortalidade por suicídio vêm crescendo a

cada ano no Brasil, sendo considerado por esse

órgão um problema de saúde pública que pode

e deve ser prevenido. Na busca pela prevenção

e diminuição das tentativas de suicídio, há

levantamentos de dados epidemiológicos,

elaboração de metas e construção de políticas

públicas de saúde que visam alcançar tais

finalidades. Dentre essas políticas, destacase

a produção de cartilhas de recomendações

aos profissionais da área da saúde, à imprensa

e à população em geral diante de situações

atravessadas pelo risco de suicídio; além da

implantação de uma parceria entre o SUS e o

CVV (Centro de Valorização da Vida). Diante

disso, o presente trabalho pretende, através

de uma análise crítica, refletir acerca do tema

do suicídio e o manejo em torno deste, tendo

em vista três recortes: (a) as atuais diretrizes

propostas pelas políticas públicas de saúde

mental no Brasil e as estratégias educativas de

prevenção expostas nos manuais produzidos

pelo Ministério da Saúde em 2017; (b) uma

retomada sobre as diferentes perspectivas

e discursos produzidos sobre o suicídio

em determinados períodos históricos; (c)

uma alternativa de tratamento, orientada

pela psicanálise, diante do sofrimento e da

possibilidade do suicídio que se distancia de

uma promessa de “harmonização psicológica”.