PROTEÇÃO CATÓDICA E A PLAUSIBILIDADE DE USO NA ORTODONTIA
Apesar da grande diversidade de materiais e acessórios utilizados
na Odontologia e do expressivo avanço técnico-científico, ainda existem
materiais de uso rotineiro cuja biocompatibilidade é questionável, podendo
causar efeitos adversos em situações clínicas. Dentre estes, os mais
comumente associados são à base de resinas e metais, bastante utilizados na
Dentística, Prótese e Ortodontia. Especificamente para esta última
especialidade, a maioria das ligas metálicas utilizadas apresenta composição
similar ao aço inoxidável, a base de cromo e níquel, sendo que muitos
dispositivos como máscaras faciais, anéis ortodônticos e bráquetes utilizam
algum tipo de solda no processo de confecção. Pesquisas têm mostrado que,
em consequência do processo corrosivo, alguns íons podem ser liberados pela
exposição desses materiais na cavidade bucal, podendo determinar uma
variedade de efeitos adversos com alterações tóxicas diretas de forma aguda,
ou de forma crônica. Visando evitar o processo corrosivo das instalações
metálicas enterradas, submersas e/ou em contato com eletrólitos, em situações
semelhantes aquelas que acontecem no ambiente bucal, na Engenharia tem
sido utilizada a chamada Proteção Catódica. Consiste na determinação de um
fluxo de corrente elétrica decorrente da diferença de potencial existente entre o
metal a proteger e outro escolhido como ânodo e que tem potencial mais
negativo na tabela de potenciais. Com a utilização da proteção catódica,
consegue-se manter essas instalações metálicas completamente livres da
corrosão por tempo indeterminado, mesmo que não seja aplicado sobre suas
superfícies algum tipo de revestimento e que as condições agressivas do meio
(solo, água ou outro eletrólito) sejam extremamente severas. Baseados nisso,
esse capítulo tem por objetivo fazer uma abordagem sobre a plausibilidade de
uso da Proteção Catódica como uma forma de proteção para os pacientes na
rotina ortodôntica.
PROTEÇÃO CATÓDICA E A PLAUSIBILIDADE DE USO NA ORTODONTIA
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DOI: 10.22533/at.ed.04623250715
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Palavras-chave: aparelho ortodôntico, proteção catódica, corrosão, biocompatibilidade, ligas metálicas.
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Keywords: orthodontic appliance, cathodic protection, corrosion, biocompatibility, metal alloys.
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Abstract:
Despite the great diversity of materials and accessories used in
dentistry and the expressive technical-scientific advance, there are still
materials in routine use whose biocompatibility is questionable, and which may
cause adverse effects in clinical situations. Among these, the most commonly
associated are resin and metal based materials, widely used in Dentistry,
Prosthodontics and Orthodontics. Specifically for this last specialty, most of the
metal alloys used have a composition similar to stainless steel, based on
chromium and nickel, and many devices such as face masks, orthodontic rings
and brackets use some kind of solder in the manufacturing process. Research
has shown that as a consequence of the corrosive process, some ions can be
released by the exposure of these materials in the oral cavity, which can
determine a variety of adverse effects with direct toxic alterations in an acute or
chronic way. Aiming to avoid the corrosive process of buried metallic
installations, submerged and/or in contact with electrolytes, in situations similar
to those that happen in the oral environment, the Cathodic Protection has been
used in Engineering. It consists in determining an electric current flow resulting
from the potential difference between the metal to be protected and another
chosen as anode and that has a more negative potential in the potential table.
With the use of cathodic protection it is possible to keep these metallic
installations completely free of corrosion for an indefinite period of time, even if
no coating is applied on their surfaces and the aggressive conditions of the
environment (soil, water, or other electrolyte) are extremely severe. Based on
this, this chapter aims to address the plausibility of using cathodic protection as
a form of protection for patients in routine orthodontics.
- Perpétua Freitas
- Miguel Flach