PROJETO MARIA DA PENHA VAI À ESCOLA: DISCURSOS DE EQUIDADE DE GÊNERO NAS ESCOLAS DE CARUARU
A atenção em torno das relações de
gênero historicamente aparece enviesada por
concepções que reforçam a assimetria de poder
e incentivam a exclusão da mulher do espaço
público, restringindo seu papel ao âmbito da
família e dos cuidados com o outro. Esta cultura
patriarcal serve de égide para a violência contra
mulheres, meninas e adolescentes, que já se
tornou pandemia no Brasil. Como política de
enfrentamento desse contexto, foi criada a Lei
Maria da Penha, Lei 11.340/2006, que prevê
a realização de campanhas educativas e a
inclusão de conteúdos de equidade de gênero
nos currículos escolares. Este trabalho analisou
as configurações do “Projeto Maria da Penha
vai à Escola” e sua recepção pelos/as gestores/
as da rede pública de ensino em Caruaru.
Foram constituídos dois corpora: documentos
do projeto; entrevistas semi-estruturadas com
agentes institucionais. Os resultados apontam
para um processo contínuo, contudo não linear, e
não consensual. Onde apresentou movimentos
de rompimento com tipos tradicionais de ordem
social, onde emerge uma agenda pública
advinda da articulação de diferentes forças
políticas, na esfera do Estado, da sociedade
civil organizada e da escola, que têm buscado,
segundo diferentes compreensões em torno
do discurso sobre “enfrentamento à violência
de gênero”, desenvolver ações educativas que
promovam a equidade de gênero na educação
e que permitam a construção de um sistema
escolar inclusivo, que enfrenta e combate as
discriminações contra a mulher. Revelando
um momento de deslocamento, que desafia
a construção de novos posicionamentos pela
escola em torno do enfrentamento à violência
de gênero.
PROJETO MARIA DA PENHA VAI À ESCOLA: DISCURSOS DE EQUIDADE DE GÊNERO NAS ESCOLAS DE CARUARU
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DOI: 10.22533/at.ed.12519030421
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Palavras-chave: Lei Maria da Penha, violência contra mulher, educação escolar, discurso.
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Keywords: Maria da Penha Law, violence against women, school education, discourse.
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Abstract:
Attention around gender relations
historically appears biased by conceptions
that reinforce the asymmetry of power and
encourage the exclusion of women from the
public space, restricting their role to the family
and care of the other. This patriarchal culture
serves as an aegis for violence against women,
girls and adolescents, which has already
become a pandemic in Brazil. As a policy to
confront this context, the Maria da Penha Law
was created, Law 11,340 / 2006, which provides
for educational campaigns and the inclusion
of gender equity content in school curricula.
This work analyzed the configurations of the “Maria da Penha Project goes to School”
and its reception by the managers of the public school in Caruaru. Two corpora were
constituted: project documents; semi-structured interviews with institutional agents.
The results point to a continuous process, however nonlinear, and not consensual.
Where he presented movements of rupture with traditional types of social order, where
a public agenda arises from the articulation of different political forces, in the sphere of
the State, organized civil society and the school, that have sought, according to different
understandings around the discourse on “Addressing gender violence,” to develop
educational actions that promote gender equity in education and to build an inclusive
school system that addresses and combats discrimination against women. Revealing
a moment of displacement, which challenges the construction of new positions by the
school regarding the confrontation with gender violence.
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Número de páginas: 15
- Karinny Lima de Oliveria